domingo, 28 de fevereiro de 2010

...Todos vós, políticos / Que palavra / Além de ouro e treva / Fica em vossos ouvidos? / Além de vossa RAPACIDADE / O que sabeis / Da alma dos homens?

HILDA HILST

Começa nesta segunda temporada de declaração do Imposto de Renda 2010

26/02/2010 - 21h28

Da Redação, em São Paulo

Começa nesta segunda-feira (1º) a temporada de acerto de contas com a Receita Federal, que neste ano se estende até 30 de abril. A Receita espera receber 24 milhões de declarações do IR 2010, por intenet, disquete ou formulário em papel.


Envie sua dúvida sobre Imposto de Renda a espcialistas
Veja como evitar problemas na hora de terceirizar declaração do IR
Não entregou a declaração no ano passado? Veja dicas do que fazer


Para fazer a declaração pela internet, é preciso baixar o programa para declaração do Imposto de Renda Pessoa Física 2010. Segundo o supervisor nacional do Programa de Imposto de Renda, Joaquim Adir, o programa estará disponível no site da Receita a partir das 8h desta segunda-feira. O contribuinte pode optar por fazê-la no modelo simplificado ou completo.

Estão obrigados a declarar (veja vídeo abaixo) todos os contribuintes que receberam, durante o ano de 2009, rendimentos brutos tributáveis superiores a R$ 17.215,08 ou rendimentos não-tributáveis, tributados exclusivamente na fonte e isentos, acima de R$ 40 mil. Veja outras situações que obrigam o contribuinte a entregar o documento

Novidades

Em 2011 o número de contribuintes deve encolher ainda mais. Além disso, não haverá mais declarações em formulário de papel. Em 2011, estará obrigado a declarar o IR quem teve rendimentos tributáveis acima de R$ 22.487,25 (cerca de 31% a mais). Isso significa que menos gente vai declarar.

“Pretendermos em 2011 aumentar o piso de declaração. Para não punir a baixa renda, aumentaremos o piso de obrigatoriedade de entrega para R$ 22.487,25”, afirma Adir.

As declarações em formulário de papel existirão somente até este ano. A partir de 2011, essa opção será descartada. "Quando a receita recebia em disquete, era fila que não acabava mais. A receita já passou por experiência de grande dificuldade de receber declaração. O Brasil evoluiu. Neste país, as coisas estão mudando, a realidade é outra", disse Adir.

Prazo de entrega


A declaração deve ser enviada à Receita Federal até 30 de abril de 2010. É preciso destacar, porém, que quem declara primeiro recebe a restituição mais rápido. Para este ano, a Receita manteve a ampliação do horário de entrega da declaração pela internet, mas deixou a hora limite ainda mais clara, para evitar confusões. O serviço de transmissão do documento via internet será interrompido às 23h59min59seg do dia 30 de abril.

Vale lembrar que a pessoa física, mesmo desobrigada, pode apresentar a declaração.


http://economia.uol.com.br/impostoderenda/ultimas-noticias/2010/02/26/comeca-nesta-segunda-temporada-de-declaracao-do-imposto-de-renda-2010.jhtm

Morre aos 95 o bibliófilo José Mindlin

28/02/2010 - 11h38

da Folha Online

Morreu na manhã deste domingo, em São Paulo, o bibliófilo José Mindlin. Ele tinha 95 anos e estava internado há cerca de um mês no hospital Albert Einstein. A morte foi causada por falência múltipla de órgãos.

O corpo do bibliógrafo está sendo velado no hospital e o enterro está marcado para as 15h no Cemitério Israelita.

Em 2006, Mindlin entrou para a Academia Brasileira de Letras, onde ocupou a cadeira número 29, antes pertencente ao historiador e escritor Josué Montello.

José Ephim Mindlin nasceu em São Paulo em 8 de setembro de 1914. Formou-se em Direito em 1936, pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.

Advogou até 1950, quando foi um dos fundadores e presidente da empresa Metal Leve S/A, empresa pioneira em pesquisa e desenvolvimento tecnológico próprio no seu campo de atuação. Em sua atividade empresarial desenvolveu grande esforço em prol do avanço tecnológico brasileiro e no processo de exportação de produtos manufaturados brasileiros.

Mindlin foi dono de uma das mais importantes bibliotecas privadas do país, que começou a formar aos 13 anos e, no ano passado, doou cerca de 45 mil volumes, entre coleções e folhetos, para a Brasiliana USP, no campus da universidade, em São Paulo.


http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u700228.shtml

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Construindo a Fé (Walder Maia do Carmo )

Naturalmente temos a fé,
uma fé vazia de ação,
a fé natural."Se Deus quiser,
meu carro não vai quebrar hoje".
A fé sobrenatural,aquela em que
passamos a nos relacionar com Deus
numa relação de Amar e se amado,
exige a construção dos conhecimentos bíblicos.
Conhecimento onde fala os profetas,
da vinda do libertador...
De Jesus que nos deixa sua herança, a liberdade,
a sabedoria da humildade,
simplicidade,caridade, essas grandezas.
A fé sobrenatural é convicção íntima
capaz de todas as ações.
É o exercício dessas ações no cotidiano.
Na disciplina da conduta moral, altruísta,
força necessária para estarmos com Deus.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Receita libera programa de envio do IR 2010; baixe o arquivo

22/02/2010 - 09h03

Da Redação, em São Paulo
A Receita Federal liberou o download do programa para envio da declaração do Imposto de Renda Pessoa Física 2010, o Receitanet. Esta é a primeira vez que o programa é liberado antes do início da temporada de declaração, que neste ano vai de 1° de março a 30 de abril. A idéia, segundo a Receita, é evitar congestionamento no site e permitir mais organização ao contribuinte.


Baixe a versão Windows para enviar a declaração do IR 2010
Baixe a versão Macintosh para enviar a declaração do IR 2010
Baixe a versão Linux para enviar a declaração do IR 2010

"Nosso objetivo é evitar aquela corrida de pessoas fazendo download ao mesmo tempo na primeira hora. É importante que as pessoas já comecem a baixar o programa para evitar o congestionamento no site. Isso é uma medida para ganhar tempo, porque existe um grande número de pessoas que já quer enviar a declaração no primeiro dia", diz Joaquim Adir, técnico da Receita Federal responsável pelo IR.



A declaração, entretanto, ainda não pode ser feita porque o programa que gera a declaração ainda não está disponível. Segundo Adir, isso só deve ocorrer às 8h de 1º de março.


Saiba os cuidados ao escolher um contador para fazer seu Imposto de Renda
Em 2011, menos gente vai declarar o IR; formulário de papel acaba
Veja dúvidas frequentes sobre a declaração do IR
Mande suas dúvidas sobre Imposto de Renda

Neste ano, está obrigado a declarar o IR quem teve rendimentos tributáveis de mais de R$ 17.215,08 em 2009, recebeu rendimentos isentos, não-tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja soma foi superior a R$ 40 mil, obteve, em qualquer mês, ganho de capital na alienação de bens ou direitos, sujeito à incidência do imposto, ou realizou operações em Bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas. Quem perder o prazo estará sujeito a multa de R$ 165,74, mais 20% do imposto sobre a renda.


Mesmo que não tenha recebido renda, quem teve, em 2009, posse de bens ou valores acima de R$ 300 mil também deve declarar o IR.
O envio da declaração pode ser feito por meio da internet, pelo programa Receitanet, por disquete (que deve ser entregue nas agências do Banco do Brasil ou da Caixa Econômica Federal), ou em formulário de papel (que deve ser retirado e depois entregue nas agências do BB ou da CEF, ou nos Correios).
Segundo a Receita, este é o último ano que será usado o formulário impresso para declaração do IR. A partir de 2011, esta possibilidade será extinta.


Sobre o Receitanet
Receitanet é o serviço eletrônico do governo que valida e transmite, via internet, as declarações de impostos e contribuições federais de pessoas físicas e jurídicas.


De acordo com a Receita Federal, este serviço cria um canal interativo de comunicação, eficiente e seguro, entre o contribuinte e a Secretaria da Receita Federal do Brasil para o cumprimento de suas obrigações tributárias, facilitando e incentivando o exercício da cidadania.


http://economia.uol.com.br/impostoderenda/ultimas-noticias/2010/02/22/receita-libera-download-do-programa-de-envio-da-declaracao-do-ir-2010.jhtm

www.receita.fazenda.gov.br/

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Documentos Internacionais

Declarações, convenções, resoluções, estatutos e cartas que versam sobre os direitos das pessoas com deficiência


Declaração Universal dos Direitos da Criança
Proclamado pela Assembléia das Nações Unidas - 1959
Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes
Resolução Aprovada pela Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas - 1975
Declaração de Sundberg
Conferência Mundial sobre Ações e Estratégias para Educação, Prevenção e Integração - 1981
Convenção sobre Reabilitação Profissional e Emprego de Pessoas Deficientes
Conferência Internacional do Trabalho - Convenção 159 - 1983
Declaração de Cave Hill
Adotada durante Programa Regional de Capacitação de Líderes, da Organização Mundial de Pessoas com Deficiência - 1983
Estatuto da Criança e do Adolescente
Lei nº 8.069, de 13 de julho - 1990
Resolução 45/91, da ONU
Assembléia Geral das Nações Unidas - 1990
Declaração Mundial Sobre Educação para Todos
Conferência de Jomtien - 1990
Declaração de Manágua
Documento prega sociedade baseada na eqüidade, na justiça, na igualdade e na interdependência - 1993
Declaração de Salamanca sobre Princípios, Política e Prática em Educação Especial
"Regras Padrões sobre Equalização de Oportunidades para Pessoas com Deficiências" - 1994
Declaração da Guatemala
Convenção interamericana para a eliminação de todas as formas de discriminação contra as pessoas com deficiência - 1999
Carta para o Terceiro Milênio
Carta aprovada pela Assembléia Governativa da Rehabilitation International - 1999
Declaração de Washington
Documento aprovado na Conferência de Cúpula - Perspectivas Globais sobre Vida Independente para o Próximo Milênio - 1999
Declaração de Pequim
Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência no Novo Século - 2000
Declaração de Dakar
Texto adotado pela Cúpula Mundial de Educação - 2000
Declaração Internacional de Montreal sobre inclusão
Aprovada pelo Congresso Internacional " Sociedade Inclusiva" - 2001
Declaração de Caracas
Elaborada durante a Primeira Conferência da Rede Ibero-Americana de Organizações Não-Governamentais de Pessoas com Deficiência e suas Famílias - 2002
Declaração de Sapporo
Aprovada na 6ª Assembléia Mundial da Disabled Peoples' International - 2002
Declaração de Madri
Aprovada no Congresso Europeu de Pessoas com Deficiência - 2002
Declaração de Verona
Documento foi aprovado em congresso europeu sobre o envelhecimento de pessoas com deficiência - 2002
Declaração de Quito
Documento elaborado durante o Seminário e Oficina Regional das Américas - 2003
Declaração de Tenerife
Primeiro Congresso Europeu sobre Vida Independente - 2003
Carta Mundial do Direito à Cidade
Elaborada por um conjunto de movimentos populares, ONGs, associações de profissionais, fóruns e redes nacionais e internacionais da sociedade civil comprometidos com as lutas sociais por cidades mais justas, democráticas, humanas e sustentáveis - 2004
Declaração sobre o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência
Organização Internacional do Trabalho - 2004
Declaração de Montreal sobre a Deficiência Intelectual
Conferência Internacional sobre Deficiência - 2004

Links para outros documentos*



Programa de Ação Mundial para as Pessoas Deficientes
Resolução 37/52 das Nações Unidas - 1982
Recomendação nº 168
Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho - 1983
Normas sobre a Equiparação de Oportunidades para pessoas com deficiência
Adotadas pela Assembléia Geral das Nações Unidas - 1993
Pacto Global
Nove princípios estabelecidos pela ONU para as empresas - 1999
Metas do Milênio
Objetivos estabelecidos pela ONU na Cúpula do Milênio - 2000
Retratos da Deficiência no Brasil
Livro do Programa Diversidade da Fundação Banco do Brasil - 2003
Mídia e Deficiência
Livro do Programa Diversidade da Fundação Banco do Brasil - 2003

* Requer acesso à Internet


http://agenda.saci.org.br/index2.php?modulo=akemi¶metro=11383&s=documentos
Glossário

Terminologia sobre deficiência na era da inclusão

Romeu Kazumi Sassaki*


Usar ou não usar termos técnicos corretamente não é uma mera questão semântica ou sem importância, se desejamos falar ou escrever construtivamente, numa perspectiva inclusiva, sobre qualquer assunto de cunho humano. E a terminologia correta é especialmente importante quando abordamos assuntos tradicionalmente eivados de preconceitos, estigmas e estereótipos, como é o caso das deficiências que aproximadamente 10% da população possuem.

Os termos são considerados corretos em função de certos valores e conceitos vigentes em cada sociedade e em cada época. Assim, eles passam a ser incorretos quando esses valores e conceitos vão sendo substituídos por outros, o que exige o uso de outras palavras. Estas outras palavras podem já existir na língua falada e escrita, mas, neste caso, passam a ter novos significados. Ou então são construídas especificamente para designar conceitos novos. O maior problema decorrente do uso de termos incorretos reside no fato de os conceitos obsoletos, as idéias equivocadas e as informações inexatas serem inadvertidamente reforçados e perpetuados.

Este fato pode ser a causa da dificuldade ou excessiva demora com que o público leigo e os profissionais mudam seus comportamentos, raciocínios e conhecimentos em relação, por exemplo, à situação das pessoas com deficiência. O mesmo fato também pode ser responsável pela resistência contra a adoção de novos paradigmas, como vem acontecendo na mudança que vai da integração social para a inclusão social.

Trata-se, pois, de uma questão da maior importância em todos os países. Existe uma literatura consideravelmente grande em várias línguas. No Brasil, tem havido tentativas de levar ao público a terminologia correta para uso na abordagem de assuntos de deficiência a fim de que desencorajemos práticas discriminatórias e construamos uma verdadeira sociedade inclusiva.

A seguir, apresentamos várias expressões incorretas seguidas de comentários e dos equivalentes termos corretos, com o objetivo de subsidiar o trabalho de estudantes de qualquer grau do sistema educacional, pessoas com deficiência e familiares, profissionais de diversas áreas (reabilitação, educação, mídia, esportes, lazer etc.), que necessitam falar e escrever sobre assuntos de pessoas com deficiência no seu dia-a-dia. Ouvimos e/ou lemos esses termos incorretos em livros, revistas, jornais, programas de televisão e de rádio, apostilas, reuniões, palestras e aulas.

A enumeração de cada expressão incorreta servirá para direcionar o leitor de uma expressão para outra quando os comentários forem os mesmos para diferentes expressões (ou pertinentes entre si), evitando-se desta forma a repetição dos comentários. As abreviaturas significam:
FC - Frase Correta
GC - Grafia Correta
TC - Termo Correto.


1.adolescente normal

Desejando referir-se a um adolescente (uma criança ou um adulto) que não possua uma deficiência, muitas pessoas usam as expressões adolescente normal, criança normal e adulto normal. Isto acontecia muito no passado, quando a desinformação e o preconceito a respeito de pessoas com deficiência eram de tamanha magnitude que a sociedade acreditava na normalidade das pessoas sem deficiência. Esta crença fundamentava-se na idéia de que era anormal a pessoa que tivesse uma deficiência. A normalidade, em relação a pessoas, é um conceito questionável e ultrapassado. TC: adolescente (criança, adulto) sem deficiência ou, ainda, adolescente (criança, adulto) não-deficiente.

2. aleijado; defeituoso; incapacitado; inválido

Estes termos eram utilizados com freqüência até a década de 80. A partir de 1981, por influência do Ano Internacional das Pessoas Deficientes, começa-se a escrever e falar pela primeira vez a expressão pessoa deficiente. O acréscimo da palavra pessoa, passando o vocábulo deficiente para a função de adjetivo, foi uma grande novidade na época. No início, houve reações de surpresa e espanto diante da palavra pessoa: "Puxa, os deficientes são pessoas!?" Aos poucos, entrou em uso a expressão pessoa portadora de deficiência, freqüentemente reduzida para portadores de deficiência. Por volta da metade da década de 90, entrou em uso a expressão pessoas com deficiência, que permanece até os dias de hoje. Ver os itens 47 e 48.

3. "apesar de deficiente, ele é um ótimo aluno"

Na frase acima há um preconceito embutido: ‘A pessoa com deficiência não pode ser um ótimo aluno’. FC: "ele tem deficiência e é um ótimo aluno".

4. "aquela criança não é inteligente"

Todas as pessoas são inteligentes, segundo a Teoria das Inteligências Múltiplas. Até o presente, foi comprovada a existência de nove tipos de inteligência (lógico-matemática, verbal-lingüística, interpessoal, intrapessoal, musical, naturalista, corporal-cinestésica, visual-espacial e espiritual). FC: "aquela criança é menos desenvolvida na inteligência [por ex.] lógico-matemática".

5. cadeira de rodas elétrica

Trata-se de uma cadeira de rodas equipada com um motor. TC: cadeira de rodas motorizada.

6. ceguinho

O diminutivo ceguinho denota que o cego não é tido como uma pessoa completa. A rigor, diferencia-se entre deficiência visual parcial (baixa visão ou visão subnormal) e cegueira (quando a deficiência visual é total). TC: cego; pessoa cega; pessoa com deficiência visual; deficiente visual. Ver o item 59.

7. classe normal

TC: classe comum; classe regular. No futuro, quando todas as escolas se tornarem inclusivas, bastará o uso da palavra classe sem adjetivá-la. Ver os itens 25 e 51.

8. criança excepcional

TC: criança com deficiência mental. Excepcionais foi o termo utilizado nas décadas de 50, 60 e 70 para designar pessoas deficientes mentais. Com o surgimento de estudos e práticas educacionais nas décadas de 80 e 90 a respeito de altas habilidades ou talentos extraordinários, o termo excepcionais passou a referir-se tanto a pessoas com inteligências múltiplas acima da média [pessoas superdotadas ou com altas habilidades e gênios] quanto a pessoas com inteligência lógico-matemática abaixo da média [pessoas com deficiência mental] daí surgindo, respectivamente, os termos excepcionais positivos e excepcionais negativos, de raríssimo uso.

9. defeituoso físico

Defeituoso, aleijado e inválido são palavras muito antigas e eram utilizadas com freqüência até o final da década de 70. O termo deficiente, quando usado como substantivo (por ex., o deficiente físico), está caindo em desuso. TC: pessoa com deficiência física. Ver os itens 10 e 11.

10. deficiências físicas (como nome genérico englobando todos os tipos de deficiência).

TC: deficiências (como nome genérico, sem especificar o tipo, mas referindo-se a todos os tipos). Alguns profissionais, não-familiarizados com o campo da reabilitação, acreditam que as deficiências físicas são divididas em motoras, visuais, auditivas e mentais. Para eles, deficientes físicos são todas as pessoas que têm deficiência de qualquer tipo. Ver os itens 9 e 11.

11. deficientes físicos (referindo-se a pessoas com qualquer tipo de deficiência).

TC: pessoas com deficiência (sem especificar o tipo de deficiência). Ver os itens 9 e 10.

12. deficiência mental leve, moderada, severa, profunda

TC: deficiência mental (sem especificar nível de comprometimento). A nova classificação da deficiência mental, baseada no conceito publicado em 1992 pela Associação Americana de Deficiência Mental, considera a deficiência mental não mais como um traço absoluto da pessoa que a tem e sim como um atributo que interage com o seu meio ambiente físico e humano, que por sua vez deve adaptar-se às necessidades especiais dessa pessoa, provendo-lhe o apoio intermitente, limitado, extensivo ou permanente de que ela necessita para funcionar em 10 áreas de habilidades adaptativas: comunicação, autocuidado, habilidades sociais, vida familiar, uso comunitário, autonomia, saúde e segurança, funcionalidade acadêmica, lazer e trabalho. Ver os itens 35 e 50.

13. deficiente mental (referindo-se à pessoa com transtorno mental)

TC: pessoa com doença mental, pessoa com transtorno mental, paciente psiquiátrico.

14. doente mental (referindo-se à pessoa com déficit intelectual)

TC: pessoa com deficiência mental, pessoa deficiente mental. O termo deficiente, quando usado como substantivo (por ex.: o deficiente físico, o deficiente mental), tende a desaparecer, exceto em títulos de matérias jornalísticas por motivo de economia de espaço.

15. "ela é cega mas mora sozinha"

Na frase acima há um preconceito embutido: ‘Todo cego não é capaz de morar sozinho’. FC: "ela é cega e mora sozinha"

16. "ela é retardada mental mas é uma atleta excepcional"

Na frase acima há um preconceito embutido: ‘Toda pessoa com deficiência mental não tem capacidade para ser atleta’. FC: "ela tem deficiência mental e se destaca como atleta"

17. "ela é surda [ou cega] mas não é retardada mental"

A frase acima contém um preconceito: ‘Todo surdo ou cego tem retardo mental’. Retardada mental, retardamento mental e retardo mental são termos do passado. FC: "ela é surda [ou cega] e não é deficiente mental".

18. "ela foi vítima de paralisia infantil"

A poliomielite já ocorreu nesta pessoa (por ex., ‘ela teve pólio’). Enquanto a pessoa estiver viva, ela tem seqüela de poliomielite. A palavra vítima provoca sentimento de piedade. FC: "ela teve [flexão no passado] paralisia infantil" e/ou "ela tem [flexão no presente] seqüela de paralisia infantil".

19. "ela teve paralisia cerebral" (referindo-se a uma pessoa viva no presente)

A paralisa cerebral permanece com a pessoa por toda a vida. FC: "ela tem paralisia cerebral".

20. "ele atravessou a fronteira da normalidade quando sofreu um acidente de carro e ficou deficiente"

A normalidade, em relação a pessoas, é um conceito questionável. A palavra sofrer coloca a pessoa em situação de vítima e, por isso, provoca sentimentos de piedade. FC: "ele teve um acidente de carro que o deixou com uma deficiência".

21. "ela foi vítima da pólio"

A palavra vítima provoca sentimento de piedade. TC: pólio, poliomielite e paralisia infantil. FC: "ela teve pólio"

22. "ele é surdo-cego"

GC: "ele é surdocego". Também podemos dizer ou escrever: "ele tem surdocegueira". Ver o item 55.

23. "ele manca com bengala nas axilas"

FC: "ele anda com muletas axilares". No contexto coloquial, é correto o uso do termo muletante para se referir a uma pessoa que anda apoiada em muletas.

24. "ela sofre de paraplegia" [ou de paralisia cerebral ou de seqüela de poliomielite]

A palavra sofrer coloca a pessoa em situação de vítima e, por isso, provoca sentimentos de piedade. FC: "ela tem paraplegia" [ou paralisia cerebral ou seqüela de poliomielite].

25. escola normal

No futuro, quando todas as escolas se tornarem inclusivas, bastará o uso da palavra escola sem adjetivá-la. TC: escola comum; escola regular. Ver os itens 7 e 51.

26. "esta família carrega a cruz de ter um filho deficiente"

Nesta frase há um estigma embutido: ‘Filho deficiente é um peso morto para a família’. FC: "esta família tem um filho com deficiência".

27. "infelizmente, meu primeiro filho é deficiente; mas o segundo é normal"

A normalidade, em relação a pessoas, é um conceito questionável, ultrapassado. E a palavra infelizmente reflete o que a mãe pensa da deficiência do primeiro filho: ‘uma coisa ruim’. FC: "tenho dois filhos: o primeiro tem deficiência e o segundo não tem".

28. intérprete do LIBRAS

TC: intérprete da Libras (ou de Libras). GC: Libras. Libras é sigla de Língua de Sinais Brasileira. "Libras é um termo consagrado pela comunidade surda brasileira, e com o qual ela se identifica. Ele é consagrado pela tradição e é extremamente querido por ela. A manutenção deste termo indica nosso profundo respeito para com as tradições deste povo a quem desejamos ajudar e promover, tanto por razões humanitárias quanto de consciência social e cidadania. Entretanto, no índice lingüístico internacional os idiomas naturais de todos os povos do planeta recebem uma sigla de três letras como, por exemplo, ASL (American Sign Language). Então será necessário chegar a uma outra sigla. Tal preocupação ainda não parece ter chegado na esfera do Brasil", segundo CAPOVILLA (comunicação pessoal). Ver os itens 31, 32 e 33.

29. inválido (referindo-se a uma pessoa)

A palavra inválido significa sem valor. Assim eram consideradas as pessoas com deficiência desde a Antiguidade até o final da Segunda Guerra Mundial. TC: pessoa com deficiência.

30. lepra; leproso; doente de lepra

TC: hanseníase; pessoa com hanseníase; doente de hanseníase. Prefira o termo as pessoas com hanseníase ao termo os hansenianos. A lei federal nº 9.010, de 29-3-95, proíbe a utilização da palavra lepra e seus derivados, na linguagem empregada nos documentos oficiais. Alguns dos termos derivados e suas respectivas versões oficiais são: leprologia (hansenologia), leprologista (hansenologista), leprosário ou leprocômio (hospital de dermatologia), lepra lepromatosa (hanseníase virchoviana), lepra tuberculóide (hanseníase tuberculóide), lepra dimorfa (hanseníase dimorfa), lepromina (antígeno de Mitsuda), lepra indeterminada (hanseníase indeterminada). A palavra hanseníase deve ser pronunciada com o h mudo [como em haras, haste, harpa]. Mas, pronuncia-se o nome Hansen (do médico e botânico norueguês Armauer Gerhard Hansen) com o h aspirado.

31. LIBRAS - Linguagem Brasileira de Sinais

GC: Libras. TC: Língua de Sinais Brasileira. Trata-se de uma língua e não de uma linguagem. Segundo CAPOVILLA [comunicação pessoal], "Língua de Sinais Brasileira é preferível a Língua Brasileira de Sinais por uma série imensa de razões. Uma das mais importantes é que Língua de Sinais é uma unidade, que se refere a uma modalidade lingüística quiroarticulatória-visual e não oroarticulatória-auditiva. Assim, há Língua de Sinais Brasileira. porque é a língua de sinais desenvolvida e empregada pela comunidade surda brasileira. Não existe uma Língua Brasileira, de sinais ou falada". Ver os itens 28, 32 e 33.

32. língua dos sinais

TC: língua de sinais. Trata-se de uma língua viva e, por isso, novos sinais sempre surgirão. A quantidade total de sinais não pode ser definitiva. Ver os itens 28, 31 e 33.

33. linguagem de sinais

TC: língua de sinais. A comunicação sinalizada dos e com os surdos constitui um língua e não uma linguagem. Já a comunicação por gestos, envolvendo ou não pessoas surdas, constitui uma linguagem gestual. Uma outra aplicação do conceito de linguagem se refere ao que as posturas e atitudes humanas comunicam não-verbalmente, conhecido como a linguagem corporal. Ver os itens 28, 31 e 32.

34. Louis Braile

GC: Louis Braille. O criador do sistema de escrita e impressão para cegos foi o educador francês Louis Braille (1809-1852), que era cego. Ver os itens 52 e 53.

35. mongolóide; mongol

TC: pessoa com síndrome de Down, criança com Down, uma criança Down. As palavras mongol e mongolóide refletem o preconceito racial da comunidade científica do século 19. Em 1959, os franceses descobriram que a síndrome de Down era um acidente genético. O termo Down vem de John Langdon Down, nome do médico inglês que identificou a síndrome em 1866. "A síndrome de Down é uma das anomalias cromossômicas mais freqüentes encontradas e, apesar disso, continua envolvida em idéias errôneas... Um dos momentos mais importantes no processo de adaptação da família que tem uma criança com síndrome de Down é aquele em que o diagnóstico é comunicado aos pais, pois esse momento pode ter grande influência em sua reação posterior." (MUSTACCHI, 2000, p. 880). Ver os itens 12 e 50.

36. mudinho

Quando se refere ao surdo, a palavra mudo não corresponde à realidade dessa pessoa. O diminutivo mudinho denota que o surdo não é tido como uma pessoa completa. TC: surdo; pessoa surda; pessoa com deficiência auditiva. Há casos de pessoas que ouvem (portanto, não são surdas) mas têm um distúrbio da fala (ou deficiência da fala) e, em decorrência disso, não falam. Ver os itens 46, 56 e 57.

37. necessidades educativas especiais

TC: necessidades educacionais especiais. A palavra educativo significa algo que educa. Ora, necessidades não educam; elas são educacionais, ou seja, concernentes à educação (SASSAKI, 1999). O termo necessidades educacionais especiais foi adotado pelo Conselho Nacional de Educação / Câmara de Educação Básica (Resolução nº 2, de 11-9-01, com base no Parecer CNE/CEB nº 17/2001, homologado pelo MEC em 15-8-01).

38. o epilético

TC: a pessoa com epilepsia, a pessoa que tem epilepsia. Evite fazer a pessoa inteira parecer deficiente.

39. o incapacitado

TC: a pessoa com deficiência. A palavra incapacitado é muito antiga e era utilizada com freqüência até a década de 80.

40. o paralisado cerebral

TC: a pessoa com paralisia cerebral. Prefira sempre destacar a pessoa em vez de fazer a pessoa inteira parecer deficiente.

41. "paralisia cerebral é uma doença"

FC: "paralisia cerebral é uma condição" Muitas pessoas confundem doença com deficiência.

42. pessoa normal

TC: pessoa sem deficiência; pessoa não-deficiente. A normalidade, em relação a pessoas, é um conceito questionável e ultrapassado.

43. pessoa presa [confinada, condenada] a uma cadeira de rodas

TC: pessoa em cadeira de rodas; pessoa que anda em cadeira de rodas; pessoa que usa cadeira de rodas. Os termos presa, confinada e condenada provocam sentimentos de piedade. No contexto coloquial, é correto o uso dos termos cadeirante e chumbado.

44. pessoas ditas deficientes

TC: pessoas com deficiência. A palavra ditas, neste caso, funciona como eufemismo para negar ou suavizar a deficiência, o que é preconceituoso.

45. pessoas ditas normais

TC: pessoas sem deficiência; pessoas não-deficientes. Neste caso, o termo ditas é utilizado para contestar a normalidade das pessoas, o que se torna redundante nos dias de hoje.

46. pessoa surda-muda

GC: pessoa surda ou, dependendo do caso, pessoa com deficiência auditiva. Quando se refere ao surdo, a palavra mudo não corresponde à realidade dessa pessoa. A rigor, diferencia-se entre deficiência auditiva parcial (quando há resíduo auditivo) e surdez (quando a deficiência auditiva é total). Ver o item 36.

47. portador de deficiência

TC: pessoa com deficiência. No Brasil, tornou-se bastante popular, acentuadamente entre 1986 e 1996, o uso do termo portador de deficiência (e suas flexões no feminino e no plural). Pessoas com deficiência vêm ponderando que elas não portam deficiência; que a deficiência que elas têm não é como coisas que às vezes portamos e às vezes não portamos (por exemplo, um documento de identidade, um guarda-chuva). O termo preferido passou a ser pessoa com deficiência. Ver os itens 2 e 48.

48. PPD’s

GC: PPDs. Não se usa apóstrofo para designar o plural de siglas. A mesma regra vale para siglas como ONGs (e não ONG’s). No Brasil, tornou-se bastante popular, acentuadamente entre 1986 e 1996, o uso do termo pessoas portadoras de deficiência. Hoje, o termo preferido passou a ser pessoas com deficiência, motivando o desuso da sigla PPDs. Ver os itens 2 e 47.

49. quadriplegia; quadriparesia

TC: tetraplegia; tetraparesia. No Brasil, o elemento morfológico tetra tornou-se mais utilizado que o quadri. Ao se referir à pessoa, prefira o termo pessoa com tetraplegia (ou tetraparesia) no lugar de o tetraplégico ou o tetraparético.

50. retardo mental, retardamento mental

TC: deficiência mental. São pejorativos os termos retardado mental, mongolóide, mongol, pessoa com retardo mental, portador de retardamento mental, portador de mongolismo etc. Ver os itens 12 e 35.

51. sala de aula normal

TC: sala de aula comum. Quando todas as escolas forem inclusivas, bastará o termo sala de aula sem adjetivá-lo. Ver os itens 7 e 25.

52. sistema inventado por Braile

GC: sistema inventado por Braille. O nome Braille (de Louis Braille, inventor do sistema de escrita e impressão para cegos) se escreve com dois l (éles). Braille nasceu em 1809 e morreu aos 43 anos de idade. Ver os itens 34, 53 e 58.

53. sistema Braille

GC: sistema braile. Conforme MARTINS (1990), grafa-se Braille somente quando se referir ao educador Louis Braille. Por ex.: ‘A casa onde Braille passou a infância (...)’. Nos demais casos, devemos grafar: [a] braile (máquina braile, relógio braile, dispositivo eletrônico braile, sistema braile, biblioteca braile etc.) ou [b] em braile (escrita em braile, cardápio em braile, placa metálica em braile, livro em braile, jornal em braile, texto em braile etc.). Ver os itens 34, 52 e 58.

54. "sofreu um acidente e ficou incapacitado"

FC: "teve um acidente e ficou deficiente". A palavra sofrer coloca a pessoa em situação de vítima e, por isso, provoca sentimentos de piedade.

55. surdez-cegueira

GC: surdocegueira. É um dos tipos de deficiência múltipla. Ver o item 22.

56. surdinho

TC: surdo; pessoa surda; pessoa com deficiência auditiva. O diminutivo surdinho denota que o surdo não é tido como uma pessoa completa. Os próprios cegos gostam de ser chamados cegos e os surdos de surdos, embora eles não descartem os termos pessoas cegas e pessoas surdas. Ver os itens 36, 46 e 57.

57. surdo-mudo

GC: surdo; pessoa surda; pessoa com deficiência auditiva. Quando se refere ao surdo, a palavra mudo não corresponde à realidade dessa pessoa. A rigor, diferencia-se entre deficiência auditiva parcial (quando há resíduo auditivo) e surdez (quando a deficiência auditiva é total). Evite usar a expressão o deficiente auditivo. Ver os itens 36, 46 e 56.

58. texto (ou escrita, livro, jornal, cardápio, placa metálica) em Braille

TC: texto em braile; escrita em braile; livro em braile; jornal em braile; cardápio em braile; placa metálica em braile. Ver o item 53.

59. visão sub-normal

GC: visão subnormal. TC: baixa visão. É preferível baixa visão a visão subnormal. A rigor, diferencia-se entre deficiência visual parcial (baixa visão) e cegueira (quando a deficiência visual é total). Ver o item 6.


Referências bibliográficas

ANTUNES, Celso. Novas maneiras de ensinar, novas formas de aprender. Porto Alegre: Artmed, 2002.
_____. A construção do afeto: Como estimular as múltiplas inteligências de seus filhos. São Paulo: Augustus, 2000, 157 p.
_____. Jogos para a estimulação das múltiplas inteligências. Petrópolis, 1999, 300 p.
_____. As múltiplas inteligências e seus estímulos. Campinas: Papirus, 1998, 141 p.
CAPOVILLA, Fernando. Comunicação pessoal por e-mail. em 6 jun. 2001. Para maiores detalhes, consultar Capovilla & Raphael (2001).
CAPOVILLA, F. C., & RAPHAEL, W. D. Dicionário enciclopédico ilustrado trilíngüe da língua de sinais brasileira. São Paulo: Edusp, 2001 (dois volumes).
CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO/CÂMARA DE EDUCAÇÃO BÁSICA. Resolução n° 2, de 11-9-01.
_____. Parecer n° 17, de 3-7-01.
GARDNER, Howard. Inteligência: Um conceito reformulado. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000, 347 p.
GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Identificando o aluno com deficiência mental: Critérios e parâmetros. Rio de Janeiro: Coordenação de Educação Especial, s/d (c. 2001)
MARTINS, Eduardo. Manual de redação e estilo.São Paulo: O Estado de S. Paulo, 1990, p. 313.
MUSTACCHI, Zan. "Síndrome de Down". In: MUSTACCHI, Zan & PERES, Sergio. Genética baseada em evidências: Síndromes e heranças. São Paulo: CID Editora, 2000.
SASSAKI, Romeu Kazumi. Uma lição de inclusão social no filme Uma Lição de Amor. Revista Nacional de Reabilitação, São Paulo, V:25, mar./abr. 2002, pp. 4-5.
_____. Inteligências múltiplas na educação inclusiva. São Paulo, 2001 (apostila de curso)
_____. Vocabulário usado pela mídia: O certo e o errado. Recife, 2000 (apostila de curso).
_____. Inclusão: Construindo uma sociedade para todos. 3.ed. Rio de Janeiro: WVA, 1999.
_____. A educação especial e a leitura para o mundo: A mídia. Campinas, 1997 (apostila de palestra).
VOCÊ diz mongolóide ou mongol. Nós dizemos síndrome de Down. Seus amigos preferem chamá-lo de Bruno. Folheto do Projeto Down - Centro de Informação e Pesquisa da Síndrome de Down. São Paulo, s/d.


* 2002 - Consultor de inclusão social e autor do livro Inclusão: Construindo uma Sociedade para Todos (4.ed., Rio de Janeiro: WVA, 2002)

E-mail: romeukf@uol.com.br


http://agenda.saci.org.br/index2.php?modulo=akemi¶metro=11008&s=documentos
Legislação Brasileira

Os direitos garantidos por lei para as pessoas com deficiência

Constituição

Constituição da República Federativa do Brasil
Artigos: 7º, XXXI; 23, II; 24, XIV; 37, VIII; 203, IV e V; 208, III; 227, § 1º e 2º e 244

Leis

LEI nº 4.169, de 4 de dezembro de 1962
Oficializa as convenções "Braille" para uso na escrita e leitura dos cegos e o Código de Contrações e Abreviaturas "Braille"
LEI nº 4.613, de 2 de abril de 1965
Isenta dos impostos de importação e de consumo bem como da taxa de despacho aduaneiro, os veículos especiais destinados a uso exclusivo de paraplégicos ou de pessoa portadora de defeitos físicos, os quais fiquem impossibilitados de utilizar os modelos comuns
LEI nº 7.070, de 20 de dezembro de 1982
Dispõe sobre Pensão Especial para os Deficientes Físicos que Especifica, e dá outras Providências
LEI Nº 7.405 - de 12 de Novembro de 1985
Torna obrigatória a colocação do Símbolo Internacional de Acesso em todos os locais e serviços que permitam sua utilização por pessoas portadoras de deficiência, e dá outras providências
LEI nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988
Altera a legislação do Imposto de Renda e dá outras providências
LEI Nº 7.853, DE 24 DE OUTUBRO DE 1989
Estabele normas gerais que asseguram o pleno exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas portadoras de deficiências, e sua efetiva integração social
LEI Nº 8160, de 8 de janeiro de 1991
Dispõe sobre a caracterização de um símbolo que permita a identificação de pessoas portadoras de deficiência auditiva
LEI Nº 8.213, DE 24 DE JULHO DE 1991 - D.O.U. - Nº 70 - DE 11/04/96
Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências
LEI nº 8.899, de 29 de junho de 1994
Concede Passe Livre às Pessoas Portadoras de Deficiência no Sistema de Transporte Coletivo Interestadual
LEI nº 8.989, de 24 de fevereiro de 1995
Dispõe sobre a Isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, na aquisição de automóveis para utilização no transporte autônomo de passageiros, bem como por pessoas portadoras de deficiência física, e dá outras providências
LEI Nº 9.045, de 18 de Maio de 1995
Autoriza o Ministério da Educação e do Desporto e o Ministério da Cultura a disciplinarem a obrigatoriedade de reprodução de obras em braille
LEI nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996
Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional
LEI nº 10.048 de 8 de novembro de 2000
Dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e dá outras providências
LEI Nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000
Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências
LEI nº 10.172, de 9 de janeiro de 2001
Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências
LEI Nº 10.182 de 12 de fevereiro de 2001
Isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) na aquisição de automóveis destinados ao transporte autônomo de passageiros e ao uso de portadores de deficiência física, reduz o imposto de importação para os produtos que especifica
LEI nº 10.216, de 6 de abril de 2001
Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental
LEI Nº 10.845, de 5 de março de 2004
Institui o Programa de Complementação ao Atendimento Educacional Especializado às Pessoas Portadoras de Deficiência, e dá outras providências.

Decreto-lei

DECRETO-LEI n.º 5.452, de 1º de maio de 1943
Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho

Decretos

DECRETO n° 129, de 22 de maio de 1991
Promulga a Convenção nº 159, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), sobre Reabilitação Profissional e Emprego de Pessoas Deficientes
DECRETO n° 1.744, de 8 de dezembro de 1995
Regulamenta o benefício de prestação continuada devido à pessoa portadora de deficiência e ao idoso, de que trata a Lei n° 8.742, de 7 de dezembro de 1993, e dá outras providências
DECRETO nº 2.682, de 21 de julho de 1998
Promulga a Convenção nº 168 da OIT, relativa à Promoção do Emprego e à Proteção contra o Desemprego
DECRETO nº 3.000, de 26 de março de 1999
Regulamenta a tributação, fiscalização, arrecadação e administração do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza
DECRETO n° 3.298, de 20 de dezembro de 1999
Regulamenta a Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras providências.
DECRETO nº 3.691, de 19 de dezembro de 2000
Regulamenta a Lei nº 8.899, de 29 de junho de 1994, que dispõe sobre o transporte de pessoas portadoras de deficiência no sistema de transporte coletivo interestadual
DECRETO nº 3.956, de 8 de outubro de 2001
Promulga a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência
DECRETO Legislativo nº 198, de 2001
Faço saber que o Congresso Nacional aprovou, e eu, Jader Barbalho, Presidente do Senado Federal, nos termos do art. 48, item 28, do Regimento Interno, promulgo o seguinte
DECRETO n° 5296, de 02 de dezembro de 2004
Regulamenta as Leis n°s 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade

Instruções normativas

INSTRUÇÃO NORMATIVA SRF no 367, de 12 de novembro de 2003
Disciplina a aquisição de automóveis com isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), por pessoas portadoras de deficiência física, visual, mental severa ou profunda, ou autistas
INSTRUÇÃO NORMATIVA SRF nº 442, de 12 de agosto de 2004
Disciplina a aquisição de automóveis com isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados por pessoas portadoras de deficiência física, visual, mental severa ou profunda, ou autistas
INSTRUÇÃO NORMATIVA SRF nº 496, de 19 de janeiro de 2005
Altera a Instrução Normativa SRF nº 442, de 12 de agosto de 2004, que disciplina a aquisição de automóveis com isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados por pessoas portadoras de deficiência física, visual, mental severa ou profunda, ou autistas

Resolução

RESOLUÇÃO 95 de 21/11/2000
Dispõe sobre o atendimento de alunos com necessidades educacionais especiais nas escolas da rede estadual de ensino e dá providências correlatas.

Portarias

PORTARIA nº 1.679, de 2 de Dezembro de 1999
Documento do Ministério da Educação que dispõe sobre requisitos de acessibilidade
PORTARIA nº 1.130, de 18 de Junho de 2002
Documento inclui no Sistema SIA/SUS procedimentos como fornecimento de órteses, próteses e meios de locomoção
PORTARIA no. 3.284, de 7 de novembro de 2003
Documento do Ministério da Educação que dispõe sobre requisitos de acessibilidade para credenciamento de instituições
Para outras leis federais acesse: http://www.al.sp.gov.br/web/CTL/CTL_Lista.htm. O site também traz a legislação estadual de São Paulo e municipal da cidade de São Paulo.


http://agenda.saci.org.br/index2.php?modulo=akemi¶metro=15382&s=documentos

domingo, 14 de fevereiro de 2010

VAI PASSAR

Composição: Chico Buarque de Hollanda e Francis Hime

Vai passar
Nessa avenida um samba popular
Cada paralelepípedo da velha cidade
Essa noite vai se arrepiar
Ao lembrar
Que aqui passaram sambas imortais
Que aqui sangraram pelos nossos pés
Que aqui sambaram nossos ancestrais

Num tempo
Página infeliz da nossa história
Passagem desbotada na memória
Das nossas novas gerações
Dormia
A nossa pátria mãe tão distraída
Sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações

Seus filhos
Erravam cegos pelo continente
Levavam pedras feito penitentes
Erguendo estranhas catedrais
E um dia, afinal
Tinham direito a uma alegria fugaz
Uma ofegante epidemia
Que se chamava carnaval
O carnaval, o carnaval
(Vai passar)

Palmas pra ala dos barões famintos
O bloco dos napoleões retintos
E os pigmeus do bulevar
Meu Deus, vem olhar
Vem ver de perto uma cidade a cantar
A evolução da liberdade
Até o dia clarear

Ai, que vida boa, olerê
Ai, que vida boa, olará
O estandarte do sanatório geral vai passar
Ai, que vida boa, olerê
Ai, que vida boa, olará
O estandarte do sanatório geral vai passar

Vai passar
Nessa avenida um samba popular...

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Biblioteca Britânica libera 65 mil livros para download gratuito

Por Fernando Souza Filho, Atualizado: 11/2/2010 11:16

Grandes obras da literatura inglesa estão disponíveis gratuitamente na web

Ler um bom livro pela internet pode custar caro, mas a tecnologia está ajudando a mudar esse quadro. E agora vai ficar melhor ainda. A consagrada Biblioteca Britânica anunciou nesta semana que vai disponibilizar gratuitamente online nada menos do que 65 mil livros.

Grandes clássicos da literatura inglesa e obras de Charles Dickens, James Joyce e Jane Austen estarão disponíveis para download gratuito nas próximas semanas. Os formatos dos livros possibilitam que sejam lidos em e-readers como o Kindle, da Amazon.

Apesar de as obras serem todas originais em inglês, a iniciativa é ótima não apenas para você treinar sua segunda língua, mas abrir brechas no mercado para que mais iniciativas desse calibre sejam concretizadas.


http://tecnologia.br.msn.com/noticias/artigo.aspx?cp-documentid=23437317

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

UM HOMEM E SEU CARNAVAL

Deus me abandonou
no meio da orgia
entre uma baiana e uma egípcia.
Estou perdido,
Sem olhos, sem boa
sem dimensões.
As fitas, as cores, os barulhos
passam por mim de raspão.
Pobre poesia.

O pandeiro bate
é dentro do peito
mas ninguém percebe.
Estou lívido, gago.
Eternas namoradas
riem para mim
demonstrando os corpos,
os dentes.
Impossível perdoá-las,
sequer esquecê-las.

Deus me abandonou
no meio do rio.
Estou me afogando
peixes sulfúreos
ondas de éter
curvas curvas curvas
bandeiras de préstitos
pneus silenciosos
grandes abraços largos espaços
eternamente.

Carlos Drummond de Andrade

Dinheiro real de mundos virtuais

SCIENTIFIC AMERICAN
Brasil


edição 93 - Fevereiro 2010

Jogos de fantasia on-line movimentam comércio bilionário de troca de ouro virtual por moeda de verdade, sobretudo em países asiáticos
por Richard Heeks

Parece pergunta de um alquimista digital. Como transformar ouro virtual em real? Centenas de milhares de gold farmers (fazendeiros do ouro) em países em desenvolvimento já encontraram a lucrativa resposta. Hoje, eles são empreendedores que ganham a vida lucrando com jogos on-line. Ao assumir personagens de fantasia, matam monstros, mineram metais preciosos ou exercem atividades diversas para ganhar “ouro virtual”, que, em seguida, vendem a outros jogadores, na maioria de países ricos, por dinheiro do mundo real. Compradores e vendedores da moeda virtual usam esse ouro para determinar o destino dos personagens nos jogos de fantasia.

Na China, um gold farmer que vende dinheiro virtual pode ganhar um salário equivalente, ou até mais alto, que o de um montador de brinquedos que trabalha 12 horas por dia em uma fábrica. Assim, essa atividade, surgida há 10 anos, transformou-se numa engenhosa, embora controversa, maneira de as nações mais pobres ganharem dinheiro com tecnologia de informação e de comunicação, e também uma opção para trabalhadores pobres desenvolverem habilidades digitais que podem ser usufruídas posteriormente em outros empregos de TI, longe dos jogos on-line.

Em poucos anos, o gold farming se transformou em uma poderosa indústria. A melhor estimativa sugere que na Ásia, particularmente na China, onde está a maioria dos farmers: mais de 400 mil jogadores passam o dia acumulando ouro. O total anual de comércio em ouro virtual é de pelo menos US$ 1 bilhão. Estima-se que 10 milhões de jogadores em todo o mundo compram ouro ou serviços de gold farmers para avançar no jogo.

Antes praticamente invisível aos que não jogam, o gold farming agora interessa muito a economistas e sociólogos e é visto como um ponto de interseção onde ricos, pobres, o real e o virtual se cruzam. Nos últimos anos, acadêmicos e a mídia em geral desenvolveram um fascínio pela dinâmica de jogos que representam mundos minúsculos, movendo-se em velocidade acelerada – o destino de jogadores e grupos sofre ascensões e quedas em questão de dias e semanas, e não décadas ou séculos, como a vida humana. Interessei-me pelo fenômeno depois de me encontrar com comerciantes de ouro virtual enquanto participava de jogos de fantasia on-line. A relação desse empreendimento com o desenvolvimento internacional, minha área de especialização, direcionou-me para uma nova linha de pesquisa, explorando a sociologia e a economia do gold farming.

Richard Heeks é presidente de Development Informatics e diretor do Center for Development Informatics da University of Manchester, na Inglaterra. Ele tem experiência de 30 anos na intersecção das tecnologias digitais, realizando consultoria para governos e agências internacionais. Ocasionalmente, e só para fins de pesquisa, é claro, ele pode ser encontrado jogando on-line.


http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/dinheiro_real_de_mundos_virtuais.html

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

SE EU MORRER...

Se eu morrer, sobrevive a mim com tamanha força
que acordarás as fúrias do pálido e do frio,
de sul a sul, ergue teus olhos indeléveis,
de sol a sol sonha através de tua boca cantante.
Não quero que tua risada ou teus passos hesitem.
Não quero que minha herança de alegria morra.
Não me chames. Estou ausente.
Vive em minha ausência como em uma casa.
A ausência é uma casa tão rápida
que dentro passarás pelas paredes
e pendurarás quadros no ar.
A ausência é uma casa tão transparente
que eu, morto, te verei, vivendo,
e se sofreres, meu amor, eu morrerei novamente.

PABLO NERUDA

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Cecília Meireles : Fio

No fio da respiração,
rola a minha vida monótona,
rola o peso do meu coração.


Tu não vês o jogo perdendo-se
como as palavras de uma canção.


Passas longe, entre nuvens rápidas,
com tantas estrelas na mão...


— Para que serve o fio trêmulo
em que rola o meu coração?

Manobra de Arruda adia pela 4ª vez eleição do novo presidente da CPI da Corrupção

09/02/2010 - 11h15

MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília
A manobra do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), de reforçar sua base aliada na Câmara Legislativa com a saída do secretário de Habitação, Paulo Roriz, adiou pela quarta vez a eleição do novo presidente da CPI da Corrupção, criada para investigar o esquema de corrupção que envolve o governo local.

O retorno de Paulo Roriz à Câmara Legislativa foi provocado pelo afastamento do deputado Geraldo Naves (DEM) da Casa. Na semana passada, Naves confirmou que entregou ao jornalista Edson dos Santos, o Sombra, um bilhete escrito pelo governador. Segundo Sombra, que é uma das testemunhas do esquema de propina, o bilhete faria parte de uma tentativa de suborno comandada por Arruda.

O conselheiro do Metrô, Antonio Bento da Silva, foi preso pela Polícia Federal quando tentava realizar o suborno. Naves negou que o bilhete tivesse relação com o suborno e foi acusado pelos advogados de Arruda de ter tirado o bilhete da mesa de trabalho do governador sem autorização.

A expectativa é de que Paulo Roriz fique com a presidência da CPI. O líder do PT, deputado Paulo Tadeu, único representante da oposição na comissão, também deve apresentar sua candidatura ao cargo-chave. A data da eleição não foi definida.

A comissão ainda enfrenta problemas para preencher outra vaga que foi aberta com a saída da deputada Eliana Pedrosa (DEM). Ex-secretária de Arruda --que voltou ao Legislativo local após a crise--, a deputada deixou a CPI para dar mais "transparência" às investigações.

A vaga de Eliana pertence ao PMDB, mas, como três peemedebistas estão entre os parlamentares suspeitos de participação no esquema de corrupção, o partido ainda não indicou representante. Sem o nome do partido, o presidente da Câmara, Wilson Lima (PR), deve fazer a indicação.

Novas denúncias

O presidente em exercício da CPI, deputado Batista das Cooperativas (PRP), afirmou nesta terça-feira que a denúncia de que parlamentares da oposição estariam sendo monitorados por policiais civis de Goiás também deveria ser alvo de investigação na comissão. A suspeita é que eles estariam atuando a mando de pessoas ligadas ao governador.

"Acho que algumas situações deixaram o cenário político mais complexo. Não temos ainda os fatos que comprovam a monitoração de parlamentares nessa Casa por parte de policiais civis de Goiás, mas se forem confirmados precisamos investigar. Tenho pregado que não podemos ter ingerência de Poder algum nesta Casa. Temos que apurar todos esses fatos, mas temos que ter subsídios sobre isso", disse.

O relator da CPI, Raimundo Ribeiro (PSDB), disse que a suposta espionagem não surpreende. "Eu tenho até um dado novo. Meu gabinete recebeu a visita de uma pessoa com todos os indícios de que estava lá para grampear. Ele deixou evidências. E vamos apurar isso."

Paulo Tadeu sugeriu ainda que Sombra seja chamado à CPI para dar explicações sobre a suposta tentativa de suborno.


http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u691503.shtml

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Estudo britânico vê ligação entre vício em internet e depressão

Por BBC, BBC Brasil, Atualizado: 3/2/2010
13:04


Um estudo realizado na Grã-Bretanha sugere que existe uma forte ligação entre o vício em internet e casos de depressão.

Segundo a pesquisa da Universidade de Leeds, entre os 1.319 entrevistados, 1,2% faziam um uso excessivo da internet, em detrimento de outros aspectos de suas vidas.

A equipe de psicólogos responsável pelo estudo descobriu que essas pessoas, consideradas pelos estudiosos como viciadas em internet, eram cinco vezes mais deprimidas do que os internautas que não foram classificados como viciados.

Os cientistas afirmaram, porém, que não podem dizer que um problema necessariamente causa o outro e ressaltaram que a maioria dos internautas não apresenta transtornos de saúde mental.

"Nossa pesquisa indicou que o uso excessivo da internet está associado à depressão, mas o que não sabemos é o que vem primeiro - se as pessoas deprimidas são atraídas para a internet ou se a internet causa depressão", afirmou uma das autoras da pesquisa, Catriona Morrison.

"Agora precisamos investigar a natureza desta relação e avaliar a questão da causa", acrescentou.

O estudo foi divulgado na publicação especializada Psychopathology.

Sites de relacionamento

O recrutamento dos 1.319 voluntários que participaram da pesquisa ocorreu por meio de sites de relacionamento. Os pesquisados tinham que responder a um questionário online no qual eram questionados a respeito de quanto usavam a internet e quais eram os motivos.

As perguntas também foram usadas para avaliar se os voluntários sofriam de depressão.

Os pesquisados tinham entre 16 e 51 anos, com a média de idade girando em torno dos 21 anos.

Os autores da pesquisa descobriram que um pequeno número de internautas desenvolveu um hábito compulsivo de uso de internet, substituindo a interação social na vida real por salas de bate-papo e sites de relacionamento.

Os psicólogos britânicos classificaram esses 18 voluntários, 1,2% do total, como viciados em internet.

Este grupo passou, proporcionalmente, mais tempo em páginas sobre sexo, jogos de azar e comunidades online.

A pontuação média dos viciados em internet mostrou que o grupo estava na categoria de pessoas que apresentam níveis moderados a graves de depressão.

"A internet tem muita importância na vida moderna, mas seus benefícios são acompanhados por um lado mais sombrio", afirmou Catriona Morrison.

"Enquanto muitos de nós usamos a internet para pagar contas, fazer compras e enviar emails, existe uma pequena parte da população que acha difícil controlar o tempo que passa online, até o ponto em que isto interfere com suas atividades diárias."

Sem surpresas

Os críticos da pesquisa afirmam que o vício em internet não pode ser diagnosticado de forma confiável com os métodos usados e a forma de recrutamento de pesquisados também pode ter resultado em uma amostra tendenciosa.

Vaughan Bell, do Instituto de Psiquiatria do King's College de Londres, afirmou que os que foram identificados como "viciados em internet" são pessoas com problemas emocionais e que as conclusões do estudo "não são uma grande surpresa".

"Existem, verdadeiramente, pessoas deprimidas ou ansiosas para quem a internet se sobrepõe ao resto de suas vidas, mas existem pessoas com casos parecidos que assistem muita televisão, se enterram nos livros ou compram em excesso."

"Não há provas de que a internet seja o problema", afirmou.


http://noticias.br.msn.com/mundo/artigo-bbc.aspx?cp-documentid=23387495

Cecília Meireles : Noções

Entre mim e mim, há vastidões bastantes
para a navegação dos meus desejos afligidos.

Descem pela água minhas naves revestidas de espelhos.
Cada lâmina arrisca um olhar, e investiga o elemento que a atinge.

Mas, nesta aventura do sonho exposto à correnteza,
só recolho o gosto infinito das respostas que não se encontram.

Virei-me sobre a minha própria existência, e contemplei-a
Minha virtude era esta errância por mares contraditórios,
e este abandono para além da felicidade e da beleza.

Ó meu Deus, isto é a minha alma:
qualquer coisa que flutua sobre este corpo efêmero e precário,
como o vento largo do oceano sobre a areia passiva e inúmera...

Biblioteca de SP tenta atrair o público com best-sellers e computadores

08/02/2010 - 07h50

ANA PAULA SOUSA
da Folha de S.Paulo

No final da tarde da última quinta-feira, arrematou-se o último detalhe da festa. Com ar triunfante, o responsável pela área tecnológica da Biblioteca de São Paulo exibiu, para a diretora Magda Montenegro, a primeira carteirinha de sócio. O documento será entregue hoje ao governador José Serra, durante a inauguração do espaço.

"Não é uma ótima ideia dar para ele a carteirinha número um?", pergunta, sorridente, a bibliotecária. Vinda de uma biblioteca universitária, no Rio de Janeiro, Montenegro está cheia de entusiasmo com o novo projeto, orçado em R$ 12,5 milhões e filho protegido do secretário de Cultura, João Sayad. "O secretário me liga todos os dias e já deu a ordem: "Saiu um livro, compra logo". Este lugar vai fazer sucesso porque não é soturno e não vai ter bibliotecário pedindo silêncio. É um espaço acolhedor, colorido."

No prédio instalado no Parque da Juventude, onde árvores tentam apagar as lembranças da Casa de Detenção do Carandiru, tudo cheira a novo. E ambiciona certa modernidade.

Numa área de 4,2 mil metros quadrados, entre pufes roxos, mesas alaranjadas e pinturas lúdicas nos vidros, vê-se computadores, leitores de braille, DVDs e exemplares de "A Cabana" e "Crepúsculo".

"Queríamos um lugar que dessacralizasse a imagem da biblioteca e fosse atraente para o público não leitor", diz o secretário João Sayad que, habitualmente avesso a entrevistas, mostra prontidão quando o tema é a biblioteca. "Não seguiremos uma orientação acadêmica. Vamos destacar os livros que aparecem nas listas dos mais vendidos na mídia. Pedi para que fosse organizada como livraria, mais do que como biblioteca. Até os funcionários vão se comportar como vendedores. Será uma megastore cultural." O espaço está apto a receber 800 pessoas por hora, mas a secretaria prefere não expor a previsão de público.

As inspirações declaradas do projeto são as bibliotecas de Santiago, no Chile, e de Bogotá, na Colômbia. "Espero que a gente atraia principalmente crianças e jovens. Mas, claro, não ficarei frustrado se tiver lá aposentados lendo jornal", diz Sayad. "Minha única briga foi para que os especialistas cedessem ao gosto comum. As compras serão norteadas pela demanda dos leitores."

Responsável pelo setor de bibliotecas da secretaria, Adriana Ferrari segue a cartilha de Sayad e defende que, quietos numa prateleira, os livros não atraem o público. "Tem que ter estratégias de atração", diz. "As bibliotecas, normalmente, funcionam em horário de repartição pública. Nós funcionaremos todos os dias [menos às segundas-feiras], estamos ao lado de um parque e teremos uma agenda de eventos movimentada, com filmes, contadores de história, circo e shows."

Para erguer o espaço, a secretaria aplicou R$ 10 milhões do próprio orçamento e contou com R$ 2,5 milhões de um programa destinado ao estímulo à leitura, do Ministério da Cultura (MinC). Anualmente, haverá R$ 1 milhão para compras.

Questionado sobre o porquê de tamanho investimento num novo espaço enquanto outras bibliotecas definham, Sayad observa que a nova biblioteca servirá também como centro de treinamento para as 941 bibliotecas municipais que integram o sistema do Estado. "O objetivo da secretaria na área de literatura é incentivar a leitura. E achamos que a biblioteca fará isso", limita-se a dizer.

Sayad refuta a ideia de que sua administração seja norteada pelas grandes -- e visíveis -- obras, como o Museu do Futebol e as escolas de circo e teatro, ainda não inauguradas. "Não se pode dizer isso, não", rebate.

"Temos 18 obras em andamento, mas não são marcadas pela grandiosidade. Como poder público, temos que preservar a cultura que não se viabiliza sozinha." Os best-sellers não se viabilizam? "Sim, mas o público, em geral, não tem acesso a eles."

BIBLIOTECA DE SÃO PAULO
Onde: av. Cruzeiro do Sul, 2.630 (ao lado do metrô Carandiru)
Quando: ter. a sex., das 9h às 21h, sáb., dom. e feriados, das 9h às 19h (abertura para o público amanhã)
Quanto: entrada gratuita


http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u690858.shtml

sábado, 6 de fevereiro de 2010

É preciso não esquecer nada

É preciso não esquecer nada:
nem a torneira aberta nem o fogo aceso,
nem o sorriso para os infelizes
nem a oração de cada instante.


É preciso não esquecer de ver a nova borboleta
nem o céu de sempre.


O que é preciso é esquecer o nosso rosto,
o nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.


O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos,
a idéia de recompensa e de glória.


O que é preciso é ser como se já não fôssemos,
vigiados pelos próprios olhos
severos conosco, pois o resto não nos pertence.

Cecília Meireles

poema - Fernando Pessoa

Subita mão de algum fantasma oculto
Entre as dobras da noite e do meu sono
Sacode-me e eu acordo, e no abandono
Da noite não enxergo gesto ou vulto.

Mas um terror antigo, que insepulto
trago no coração, como de um trono
desde e se afirma meu senhor e dono
sem, ordem, sem meneio e sem insulto.

E eu sinto a minha vida de repente
presa por uma corda de incosciente
a qualquer mão nocturna que me guia

Sinto que sou ninguém salvo uma sombra
de um vulto que não vejo e que me assombra
E em nada existo como a treva fria.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Ainda em desamor, tempo de amor será.
Seu tempo e contratempo.
Nascendo espesso como um arvoredo
e como tudo que nasce, morrendo
à medida que o tempo nos desgasta.
Amor, o que renasce.

HILDA HILS

Três Idades - Manuel Bandeira

A vez primeira que te vi,
Era eu menino e tu menina.
Sorrias tanto... Havia em ti
Graça de instinto, airosa e fina.
Eras pequena, eras franzina...
.
A ver-te, a rir numa gavota,
Meu coração entristeceu
Por quê? Relembro, nota a nota,
Essa ária como enterneceu
O meu olhar cheio do teu.
.
Quando te vi segunda vez,
Já eras moça... Eu, um menino...
Como contar-te o que passei?
Seguiste alegre o teu destino...
Em pobres versos te chorei
.
Teu caro nome abençoei.
Vejo-te agora. Oito anos faz,
Oito anos faz que não te via...
Quanta mudança o tempo traz
Em sua atroz monotonia!
.
Que é do teu riso de alegria?
Foi bem cruel o teu desgosto.
Essa tristeza é que mo diz...
Ele marcou sobre o teu rosto
A imperecível cicatriz:
.
És triste até quando sorris...
Porém teu vulto conservou
A mesma graça ingênua e fina...
A desventura te afeiçoou
À tua imagem de menina.
E estás delgada, estás franzina...

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Fernando Pessoa - SOSSEGA CORAÇÃO

Sossega, coração! Não desesperes!
Talvez um dia, para além dos dias,
Encontres o que queres porque o queres.
Então, livre de falsas nostalgias,
Atingirás a perfeição de seres.
Mas pobre sonho o que só quer não tê-lo!
Pobre esperança a de existir somente!
Como quem passa a mão pelo cabelo
E em si mesmo se sente diferente,
Como faz mal ao sonho o concebê-lo!
Sossega, coração, contudo! Dorme!
O sossego não quer razão nem causa.
Quer só a noite plácida e enorme.
A grande, universal, solene pausa
Antes que tudo em tudo se transforme.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Necessidade de sono diminui com a idade, confirma estudo

Da Agência Fapesp

01/02/2010 - 12h05

Um estudo publicado nesta segunda-feira (1º) indica que adultos saudáveis sem distúrbios do sono podem esperar uma redução no tempo em que dormem à medida que envelhecem sem que isso acarrete sonolência diurna.
A pesquisa foi publicada na revista Sleep, da Academia Norte-Americana de Medicina do Sono. O trabalho verificou que, durante um período de oito horas na cama, o tempo total dormido diminuiu significativamente e progressivamente com a idade.

No estudo feito com voluntários, adultos mais velhos dormiram cerca de 20 minutos menos do que adultos de meia-idade, que, por sua vez, dormiram em média 23 minutos menos do que os adultos mais jovens.
Tanto o número de vezes em que os voluntários acordaram durante a noite como o tempo em que permaneceram despertos após cada momento em que acordaram tiveram um aumento com a idade. Por outro lado, o número de horas em sono profundo diminuiu consideravelmente.
Mas, mesmo com a diminuição no tempo, na intensidade e na continuidade do sono, os mais velhos apresentaram menor propensão a ter sono durante o dia do que os mais jovens.
Em seguida, os pesquisadores submeteram os três grupos – idosos, meia- idade e mais jovens – à interrupção do sono profundo por duas noites seguidas. A resposta foi semelhante para os três grupos: aumento na sonolência durante o dia e a volta do sono profundo à noite no dia seguinte ao teste.
Segundo os autores, os resultados indicam que a “ausência do aumento de sonolência diurna diante da diminuição na qualidade do sono por conta da idade não pode ser atribuída à ausência de respostas diante de variações na pressão homeostática de sono”.
Em vez disso, apontam, o envelhecimento estaria associado com reduções na duração e na profundidade do sono exigidas para se manter alerta durante o dia.
“Os resultados reforçam a tese de que não é normal para as pessoas mais velhas sentir sonolência durante o dia. Não importa se o indivíduo é jovem ou idoso, se ele ou ela sentir sono durante o dia isso significa que não dormiu o suficiente na noite anterior ou que sofre de um distúrbio do sono”, disse Derk-Jan Dijk, professor da Universidade de Surrey, no Reino Unido, principal autor do estudo.
A pesquisa foi conduzida no Centro de Pesquisa Clínica da universidade britânica e envolveu 110 adultos saudáveis sem problemas de sono, sejam distúrbios ou mesmo reclamações. Do total, 44 eram jovens (20 a 30 anos), 35 de meia-idade (40 a 55) e 41 eram mais velhos (de 66 a 83 anos).


http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultnot/2010/02/01/necessidade-de-sono-diminui-com-a-idade-confirma-estudo.jhtm

Carlos Drummond de Andrade

MÃOS DADAS


Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da
janela,
não distribuirei entorpecentes ou carta de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os
homens presentes,
a vida presente.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Maiakovski

Não acabarão com o amor,
nem as rusgas,
nem a distância.
Está provado,
pensado
verificado.
Aqui levanto solene
minha estrofe de mil dedos
e faço o juramento:
Amo
firme
fiel
e verdadeiramente.

Silêncio no meu Coração - Walder Maia do Carmo

Silêncio no meu coração
Súbito silêncio do não.
desalento no amor contradição.
calando voz de esfarrapados sentimentos
no imensurável, verdugo tempo.
Na contramão
divindade estupenda
vem reanima-lo em vão.
Silêncio no meu coração...
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