sábado, 29 de agosto de 2009

Células-Tronco / Esperança

CARDÍACOS

Sobrevida para estes pacientes

O Brasil ocupa hoje posição de vanguarda nas pesquisas com células-tronco adultas, principalmente as de medula óssea, que estão sendo usadas para tratamento de doenças cardíacas e neuromusculares. Com financiamento da FINEP, instituições como a Fundação Oswaldo Cruz, da Bahia, o Hospital Clementino Fraga, no Rio de Janeiro, a PUC do Paraná e o Instituto do Genoma da USP, em São Paulo, estão alcançando resultados inéditos que já estão sendo divulgados em congressos no exterior e publicados em revistas científicas internacionais. Mas o País pouco avançou nas pesquisas com células-ronco embrionárias e agora corre atrás do prejuízo.

Amor ,onde estás? (Walder Maia do Carmo )

Amor, onde estás?
Que até o luar,
nos meus poemas
não consegue te rimar
O relento,
essa brisa fria,
com Dionisio a divagar
Denota a insistência
deste amor
na alma a se manifestar
Nesta devoção de encontrar
o amor nesta discrepância
Minha sandice, incertezas...
me diz que te perdi
Amor

Ó trevas, que enlutais a Natureza - Bocage

Ó trevas,que enlutias a Natureza,
Longos ciprestes desta selva anosa,
Mochos de voz sinistra e lamentosa,
Que dissolveis dos fados a incerteza;

Manes, surgidos da morada acesa
Onde de horror sem fim Plutão se goza,
Não aterreis esta alma dolorosa,
Que é mais triste que voz minha tristeza.

Perdi o galardão da fé mais pura,
Esperanças frustei do amor mais terno,
A posse de celeste formosura.

Volvei, pois, sombras vãs, ao fogo eterno;
E, lamentando a minha desventura,
Movereis à piedade o mesmo Inferno.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Máquina para os deuses ( Livro - Cyro Del Nero )

SINOPSE
Neste livro, o autor aborda as origens da arte cenográfica e sua evolução, registrando a criação e a utilização de cenários e de diversas máquinas e dispositivos mecânicos. Com documentação iconográfica, o livro registra a importância da cenografia e a complexidade de recursos que o profissional da área deve operar.

Crazy Multi-Input Touch Screen

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

BOCAGE

ASPIRAÇÕES DO LIBERALISMO,EXCITADAS PELA REVOLUÇÃO FRANCESA

Liberdade,onde estás? Quem te demora?
Quem faz que o teu influxo em nós caia?
Porque (triste de mim) porque não raia
Já na esfera de Lísia a tua aurora?

Da santa redenção é vinda a hora
A esta parte do mundo, que desmaia.
Oh!, venha... oh!,venha,e trêmulo descaia
Despotismo feroz, que nos devora!

Eia! Acode ao mortal que, frio e mudo,
Oculta o pátrio amor, torce a vontade
E em fringir, por temor,empenha estudo.

Movam nossos grilhões tua piedade;
Nosso númen tu és, e a glória, e tudo,
Mãe do gênio e prazer, ó Liberdade!

UOL CINEMA

25/08/2009 - 14h20

ROMA, 25 AGO (ANSA) - A 66ª Mostra Internacional de Cinema de Veneza homenageará os 100 anos do nascimento do cineasta japonês Akira Kurosawa com um seminário internacional que ocorrerá no dia 6 de setembro.

O evento terá a participação de vários profissionais da área ligados ao trabalho do cineasta, como a escritora e amiga de Kurosawa Teruyo Nogami, o autor Donald Richie, o crítico da revista Positif, Michel Ciment, o crítico da revista Time, Richard Corliss, e o diretor do Festival France Cinema, Aldo Tassone.

O painel, que ocorrerá às 15h locais (10h no horário de Brasília) na Sala Pasinetti em Veneza, será moderado pelo historiador de cinema, crítico e autor da fundação The Internacional Film Guide, Peter Cowie.

Akira Kurosawa, falecido em 1998, ganhou um Leão de Ouro em 1951 no Festival de Veneza com o filme "Rashômon" (1951), sendo que suas produções influenciaram diretores do mundo todo.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

O Verde (Walder Maia do Carmo)

As árvores lindas
nos seus copados
Flores vestindo
a primavera de cores
Abelhas,colibris
nutrindo néctas das flores
Tudo isso germinando os polens
Nesse cenário
Criador e criatura
O observador
Num esforço de eufemismo
Não escreve o fim
Mas, preocupação com o verde.

Onde é que Você estava (Chico Buarque)

Hoje eu tenho a minha lira
Tenho paz, não admira
Que você venha me procurar
Os meus males são pequenos
Vivo bem, não é pra menos
Que você vem me encontrar
Mas quando eu tanto precisava
Meu amor, como é que é
Onde é que você estava
Onde é que você estava

Pelas tardes, sempre em vão, procurei
Fiz alarde de paixão que penei
Pelas ruas tortas
Que eu percorria
Vi bater as portas
Vi morrer os dias
Pelas noites sem luar, eu errei
Pelas tantas da manhã, eu cansei
Não restou mais nada
Das lembranças minhas
Nas encruzilhadas
Nem nas entrelinhas

Mas agora eu tenho a lira (etc.)

J.G.DE ARAUJO (LIVRO ) POESIA

7 -CANTIGA DO SÓ. Poesia. ( 1a edição, 1964 )

Trata-se de uma coleção de novos poemas, muitos deles apenas
conhecidos dos ouvintes do programa que Araujo Jorge mantinha
na rádio Rio, e que apresenta agora, na Rádio Nacional, em dois
horários: aos domingos, às 23 hs, e às quintas-feiras, às 21.35.
Escreveu o autor sobre este livro: "Era inicialmente, um canto de
solidão. Fixava um momento em que me sentia como náufrago em
praia deserta, feliz de ter chegado a algum lugar, mas com o coração
cheio de mar e de lembranças inacessíveis...Mas, novos momentos
foram chegando, e, com eles, novos poemas!' Alguns dos mais
recentes sucessos literários de Araujo Jorge encontram-se neste
livro: "Mulher Grávida", 'Vermelho e Branco", "Carta ao futuro
de meu filho", "Nunca morrer assim", e outros. O leitor
encontrará ainda, no livro, muitas trovas, gênero em que J. G. se
consagrou com a publicação de "Cantigas de menino grande" e
"Trevos de quatro versos" Seria difícil dar um exemplo do espírito
deste seu novo livro.
Citemos, portanto, ao acaso:


VERMELHO E BRANCO

O sangue vermelho
do homem branco,
do homem preto,
do homem amarelo,
o sangue é vermelho,
é um sangue só.

O leite branco
da mulher branca,
da mulher preta,
da mulher amarela,
o leite é branco,
é um leite só.

Deus pôs por dentro de homens
e mulheres
de aparências tão diferentes,
uma humanidade só:

o mesmo anseio, a mesma fome,
o mesmo sonho, o mesmo pó;

o mesmo sangue vermelho,
da cor da vida, da cor
do amor,

e mais:

o mesmo leite branco,
da cor da paz.

LEIA MAIS EM :
FONTE : http://www.jgaraujo.com.br/obras/obras.htm

--
Postado por Nadia Gal Stabile no SARAU PARA TODOS em 8/25/2009 03:21:00 PM

QUERO ESCREVER O BORRÃO VERMELHO DE SANGUE (CLARICE LISPECTOR)

Quero escrever o borrão vermelho de sangue

Quero escrever o borrão vermelho de sangue
com as gotas e coágulos pingando
de dentro para dentro.
Quero escrever amarelo-ouro
com raios de translucidez.
Que não me entendam
pouco-se-me-dá.
Nada tenho a perder.
Jogo tudo na violência
que sempre me povoou,
o grito áspero e agudo e prolongado,
o grito que eu,
por falso respeito humano,
não dei.

Mas aqui vai o meu berro
me rasgando as profundas entranhas
de onde brota o estertor ambicionado.
Quero abarcar o mundo
com o terremoto causado pelo grito.
O clímax de minha vida será a morte.

Quero escrever noções
sem o uso abusivo da palavra.
Só me resta ficar nua:
nada tenho mais a perder.

SABOR DA BURRICE ( TOM ZÉ )

veja que beleza
em diversas cores
veja que beleza
em vários sabores
a burrice está na mesa

ensinada nas escolas
universidade e principalmente
nas academias de louros e letras
ela está presente
e já foi com muita honra
doutorada honoris causa
não tem preconceito ou ideologia
anda na esquerda, anda na direita
não tem hora, não escolhe causa
e nada rejeita

veja que beleza
em diversas cores
veja que beleza
em vários sabores
a burrice está na mesa

refinada, poliglota
ela é transmitida por jornais e rádios
mas a consagração
chegou com o advento da televisão
é amigo da beleza
gente feia não tem direito
conferindo rimas com fiel constância
tu trazes em guarda
toda concordância gramaticadora
da língua portuguesa
eterna defensora

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

No Quarto da Recordação
Benedito C.G. Lima

Ai que saudade dos tempos
Em que ficava
No largo da avenida
Olhando a chegado do circo
Do parque ou do comicio.

Era uma festa só.
Gurizada em louca corrida,
Pipoqueiros e segurança
E dentro no picadeiro
O palhaço pasta chulas
Se esparrama no serrim.
Eu ficava feliz da vida
Chupando um picole.
PAssando por baixo da lona,
Só pra vr o chimpazé!

Ai que saudades dos tempos
Que agor anão voltam mais
Hoje são outros inventos
A praça é de carnavais!!
A saudade ficou perdida
No quarto da recordação.

Palavras do Presidente Oscar Arias da Costa Rica

Cúpula das Américas em Trinidad e Tobago, 18 de abril de 2009

"Tenho a impressão de que cada vez que os países caribenhos e
latinoamericanos se reúnem com o presidente dos Estados Unidos da América,
é para pedir-lhe coisas ou para reclamar coisas. Quase sempre, é para
culpar os Estados Unidos de nossos males passados, presentes e futuros. Não
creio que isso seja de todo justo..

Não podemos esquecer que a América Latina teve universidades antes que
os Estados Unidos criassem Harvard e William & Mary, que são as primeiras
universidades desse país. Não podemos esquecer que nesse continente, como
no mundo inteiro, pelo menos até 1750 todos os americanos eram mais ou
menos iguais: todos eram pobres.

Ao aparecer a Revolução Industrial na Inglaterra, outros países sobem nesse
vagão: Alemanha, França, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e
aqui a Revolução Industrial passou pela América Latina como um cometa, e
não nos demos conta. Certamente perdemos a oportunidade.

Há também uma diferença muito grande. Lendo a história da América Latina,
comparada com a história dos Estados Unidos, compreende-se que a América
Latina não teve um John Winthrop espanhol, nem português, que viesse com a
Bíblia em sua mão disposto a construir uma Cidade sobre uma Colina, uma
cidade que brilhasse, como foi a pretensão dos peregrinos que chegaram aos
Estados Unidos.

Faz 50 anos, o México era mais rico que Portugal. Em 1950, um país como o
Brasil tinha uma renda per capita mais elevada que o da Coréia do Sul. Faz
60 anos, Honduras tinha mais riqueza per capita que Cingapura, e hoje
Cingapura em questão de 35 a 40 anos é um país com $40.000 de renda anual
por habitante. Bem, algo nós fizemos mal, os latinoamericanos.

Que fizemos errado? Nem posso enumerar todas as coisas que fizemos mal.
Para começar, temos uma escolaridade de 7 anos. Essa é a escolaridade média
da América Latina e não é o caso da maioria dos países asiáticos.
Certamente não é o caso de países como Estados Unidos e Canadá, com a
melhor educação do mundo, similar a dos europeus. De cada 10 estudantes que
ingressam no nível secundário na América Latina, em alguns países, só um
termina esse nível secundário. Há países que têm uma mortalidade infantil
de 50 crianças por cada mil, quando a média nos países asiáticos mais
avançados é de 8, 9 ou 10.

Nós temos países onde a carga tributária é de 12% do produto interno bruto
e não é responsabilidade de ninguém, exceto nossa, que não cobremos
dinheiro das pessoas mais ricas dos nossos países. Ninguém tem a culpa
disso, a não ser nós mesmos.


Em 1950, cada cidadão norteamericano era quatro vezes mais rico que um
cidadão latinoamericano. Hoje em dia, um cidadão norteamericano é 10 15 ou
20 vezes mais rico que um latinoamericano. Isso não é culpa dos Estados
Unidos, é culpa nossa.

No meu pronunciamento desta manhã, me referi a um fato que para mim é
grotesco e que somente demonstra que o sistema de valores do século XX, que
parece ser o que estamos pondo em prática também no século XXI, é um
sistema de valores equivocado. Porque não pode ser que o mundo rico dedique
100.000 milhões de dólares para aliviar a pobreza dos 80% da população do
mundo "num planeta que tem 2.500 milhões de seres humanos com uma renda de
$2 por dia" e que gaste 13 vezes mais ($1.300.000.000.000) em armas e
soldados.

*Como disse esta manhã, não pode ser que a América Latina gaste $50.000*
milhões em armas e soldados. Eu me pergunto: quem é o nosso inimigo? Nosso
inimigo, presidente Correa, desta desigualdade que o Sr. aponta com muita
razão, é a falta de educação; é o analfabetismo; é que não gastamos na
saúde de nosso povo; que não criamos a infraestrutura necessária, os
caminhos, as estradas, os portos, os aeroportos; que não estamos dedicando
os recursos necessários para deter a degradação do meio ambiente; é a
desigualdade que temos que nos envergonhar realmente; é produto, entre
muitas outras coisas, certamente, de que não estamos educando nossos filhos
e nossas filhas.

Vá alguém a uma universidade latinoamericana e parece, no entanto que
estamos nos sessenta, setenta ou oitenta. Parece que nos esquecemos de que
em 9 de novembro de 1989 aconteceu algo de muito importante, ao cair o Muro
de Berlim, e que o mundo mudou. Temos que aceitar que este é um mundo
diferente, e nisso francamente penso que os acadêmicos, que toda gente
pensante, que todos os economistas, que todos os historiadores, quase
concordam que o século XXI é um século dos asiáticos não dos
latinoamericanos. E eu, lamentavelmente, concordo com eles. Porque enquanto
nós continuamos discutindo sobre ideologias, continuamos discutindo sobre
todos os "ismos" (qual é o melhor? capitalismo, socialismo, comunismo,
liberalismo, neoliberalismo, socialcristianismo...) os asiáticos
encontraram um "ismo" muito realista para o século XXI e o final do século
XX, que é o *pragmatismo*. Para só citar um exemplo, recordemos que quando
Deng Xiaoping visitou Cingapura e a Coréia do Sul, depois de ter-se dado
conta de que seus próprios vizinhos estavam enriquecendo de uma maneira
muito acelerada, regressou a Pequim e disse aos velhos camaradas maoístas
que o haviam acompanhado na Grande Marcha: "Bem, a verdade, queridos
camaradas, é que a mim não importa se o gato é branco ou negro, só o que me
interessa é que cace ratos". E se Mao estivesse vivo, teria morrido de novo
quando disse que "a verdade é que enriquecer é glorioso". E enquanto os
chineses fazem isso, e desde 1979 até hoje crescem a 11%, 12% ou 13%, e
tiraram 300 milhões de habitantes da pobreza, nós continuamos discutindo
sobre ideologias que devíamos ter enterrado há muito tempo atrás.

A boa notícia é que isto Deng Xiaoping o conseguiu quando tinha 74 anos.
Olhando em volta, queridos presidentes, não vejo ninguém que esteja perto
dos 74 anos. Por isso só lhes peço que não esperemos completá-los para
fazer as mudanças que temos que fazer.

Muchas gracias."

Poderia Ter Sido ... (Walder Maia do Carmo)

Buscava no amor
a ilusão do espelho narcisista
No egoísmo deste amor
percebi conter em si
o isolamento
Buscava no amor a força
capaz de conduzir-me
ao amor feliz!
O amor buscava em mim
proporção
Nos homens equilíbrio
paz, que não buscavam
O amor saindo de mim
Todo amor que poderia
ter sido e não foi...

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

PICASSO - SÁBIO E O LOUCO

Picasso, O Sabio E O Louco
Autor: BERNADAC, MARIE-LAURE
Autor: BOUCHET, PAULE DU
Editora: OBJETIVA
Assunto: HISTÓRIA
Livro em português
192 pág.
www.livrariacultura.com.br


Sinopse

A obra de Marie-Laure Bernadac e Paule du Bouchet concentra em formato de bolso o que de melhor há nos livros de arte. Editado em papel couché, traz ilustrações de 95 obras de Picasso, de sua primeira criação, O Picador, feita aos 8 anos;as telas cubistas que o consagraram; a participação no movimento surrealista; a obsessão pela minotauromaquia - palavra criada pelo artista para misturar os temas minotauro e tourada; e os quadros das diversas fases: a fase azul, a rosa, a triste, a da guerra. Em 1937, Picasso responde ao massacre dos bombardeiros franquistas ao vilarejo basco de Guernica com o mais perturbador dos quadros pintados neste século - Guernica. 'Picasso, o sábio e o louco' traz, ainda, um apêndice com textos sobre as diversas facetas do artista espanhol - a de ceramista, ilustrador, escultor e político.

Minotauromaquia - PICASSO - STRAVINSKY

un film surrrrealiste sur le monde de Picasso avec la musique de stravinsky
Dir. Juan Pablo Etcheverry

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

DO LIVRO ASSIM FALOU ZARATUSTRA

"Com toda a sinceridade vos dou este conselho: Afastem-se de mim e precavei-vos contra Zaratustra! Melhor ainda: tenham vergonha dele! Talvez ele os tenha ludibriado. O homem de conhecimento não só deve amar os seus inimigos, mas também odiar os seus amigos. Mal corresponde ao mestre aquele que nunca passa de discípulo. E por que não quereis tomar minha Coroa?Venerais-me! Mas que aconteceria se sua veneração um dia acabasse? Tome muito cuidado para que uma estátua não te esmague! Vocês dizem crer em Zaratustra? Mas que importância tem Zaratustra? Sois crentes em mim; mas que importam todos os crentes?! Vocês ainda não procuraram em vocês mesmos: por isso me encontraram. Assim fazem todos os crentes: por isso que toda a crença é de tão pouca importância. Agora vos ordeno que me percam e encontrem a vocês mesmos; e só quando todos vocês tiverem me negado, retornarei para vós.Em verdade, meus irmãos, buscarei então as minhas ovelhas desgarradas com outros olhos; vos amarei então com outro amor. E novamente sereis meus amigos e filhos de uma só esperança; então quero estar a vosso lado, pela terceira vez, para festejar com vocês o grande meio-dia."

Zaratustra:Da Virtude Dadivosa (trechos da parte 2

domingo, 16 de agosto de 2009

FILME RAN - AKIRA KUROSAWA ( WIKIPÉDIA )

Ran (乱, Caos) (br: Ran / pt: Os Senhores da Guerra) é um filme franco-japonês de 1985, do gênero drama de guerra, dirigido por Akira Kurosawa, com roteiro baseado na peça King Lear de William Shakespeare.

[editar] Sinopse

No Japão do século XVI, um senhor feudal decide dividir suas posses entre os três filhos. Os mais velhos se tornam rivais e começam a lutar pelo controle total das terras, o que ameaça arruinar os domínios da família. O filho mais novo, que quer se manter fiel ao pai, é banido pelos irmãos e é o único com coragem para lhe contar o que está acontecendo.

[editar] Enredo

Hidetora, patriarca do clã Ichimonji, aos 70 anos, decide dividir o reino entre os três filhos: Tarô, Jirô e Saburô. Tarô, o mais velho, seguindo a tradição do patriarcado japonês, torna-se o líder do clã e recebe o Primeiro Castelo, centro do poder. Jirô e Saburô recebem, respectivamente, o Segundo e o Terceiro Castelo. Hidetora retém para si o título de “Grande Senhor” para permanecer com os privilégios, sem se responsabilizar com os deveres do cargo. Nos planos de Hidetora, Jiro e Saburo dariam apoio a Taro e os três, unidos, manteriam as conquistas da família, utilizando como exemplo, a parábola da flecha, de Motonari Mori, senhor feudal japonês que viveu entre 1497 – 1571. Saburô contraria a idéia do seu pai, critica seu plano, lembrando-o da maneira como conquistou seus domínios, chamando-o de “velho tolo” ao esperar que seus filhos mantenham a lealdade a ele. Hidetora bane Saburô, entendendo essa reação como traição e também Tango, servo fiel que tenta persuadi-lo do erro que está cometendo. Porém, Hidetora segue adiante em sua decisão e o que ele vivencia é a destruição de sua família, a derrocada do poder e a violência descontrolada que atinge a todos, bons e maus. Ao presenciar o massacre que provocou, Hidetora enlouquece e vaga pelas ruínas como um fantasma, acompanhado de Tango e Kiyoami, o Bobo. Manipulando os dois irmãos, está Kaede, esposa de Tarô e depois de sua morte, amante de Jirô. Kaede é a vingança personificada, cuja família foi derrotada e destruída por Hidetora, legitimando a posse de seus territórios, casando-a com seu 5 filho mais velho. Da mesma maneira, Jirô é casado com Sue, cuja família foi destruída por Hidetora, seu castelo queimado e seu irmão, Tsurumaki, cegado. Diferente de Kaede, Sue dedica-se ao budismo e perdoa seu sogro das atrocidades cometidas, atitude que Hidetora não consegue entender. Saburô e Hidetora reconciliam-se em vida, mas ambos morrem quando faziam planos para desfrutar de uma convivência pacífica. Kurosawa elabora enquanto temática do filme, a disputa pelo poder, a vingança, as paixões, a relação familiar, todos, temas atemporais porque espelham a natureza humana.
A Wikipédia possui o(s) portal(is):
Portal Cinema

NIETZSCHE ZARATUSTRA

"Los Ultimos dias de Nietzsche en Turin" DVD de la pelicula brasileña que narra los ultimos dias de este importante fiolosofo.

Pálido Ponto Azul

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

POEMAS AOS HOMENS DO NOSSO TEMPO ( HILDA HILST )

Ávidos de ter, homens e mulheres
Caminham pelas ruas. As amigas sonâmbulas
Invadidas de um novo a mais querer
Se debruçam banais, sobre as vitrines curvas.
Uma pergunta brusca
Enquanto tu caminhas pelas ruas. Te pergunto:
E a entranha?
De ti mesma, de um poder que te foi dado
Alguma coisa mais clara se fez? Ou porque tudo se perdeu
É que procuras nas vitrines curvas, tu mesma,
Possuída de sonho, tu mesma infinita, maga,
Tua aventura de ser, tão esquecida?
Por que não tentas esse poço de dentro
O incomensurável, um passeio veemente pela vida?

Teu outro rosto. Único. Primeiro. E encantada
De ter teu rosto verdadeiro, desejarias nada.

Diego Rivera

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

UOL NOTÍCIAS

QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA
TST equipara alcoolismo a doença de trabalho e manda empresa readmitir empregado

Da Redação - 13/08/2009 - 12h29

O alcoolismo crônico pode ser equiparado a uma doença de trabalho e garantir estabilidade de emprego às suas vítimas. Essa tese foi confirmada pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho), que negou recurso de uma empresa do Espírito Santo e determinou a reintegração de um funcionário demitido.

Dispensado após trabalhar por 27 anos na Escelsa (Espírito Santo Centrais Elétricas), o eletricitário processou a empresa alegando que o alcoolismo era decorrente de sua função. Um laudo pericial pedido pela Justiça apontou que o trabalho em redes elétricas de alta tensão fez com que o funcionário se entregasse à bebida.

Segundo a perícia, outro fator que contribuiu para o alcoolismo do empregado teria sido a expectativa de perda do emprego, durante o processo de privatização da companhia elétrica, quando existiram demissões em massa. O empregado teve ganho de causa tanto na 1ª quanto na 2ª instância.

Ao analisar o recurso da Escelsa, o relator do caso na 6ª Turma do TST, ministro Aloysio Corrêa da Veiga, considerou que as decisões anteriores estavam bem fundamentadas nos laudos e que não teria como analisar as provas novamente.

De acordo com informações do TST, o relator criticou a empresa por falta de responsabilidade social à empresa, por dispensar um funcionário após 27 anos de serviço no momento em que ele se encontrava doente. Ele observou ainda que o empregado não foi encaminhado para tratamento médico ou amparado pela Previdência Social.

Desde 1967, a OMS (Organização Mundial da Saúde) considera o alcoolismo uma doença e recomenda que as autoridades encarem o assunto como questão de saúde pública. Dados do Ministério do Trabalho e Emprego, apontam que o álcool contribui para 50% das faltas ao serviço e é responsável por 40% dos acidentes de trabalho.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

POEMAS AOS HOMENS DO NOSSO TEMPO ( HILDA HILST )

Vou indo, caudalosa
Recortando de mim
Inúmeras palavras.
Vou indo, recortando
Alguns textos antigos
Onde a faca finíssima
Sublinhava
As legendas políticas
E um punhal incisivo
Apunhalava
Um corpo amolecido
O olho aberto, uma bota
Pontiaguda
entrando no teu peito.
Os meus olhos te olhavam
Como de certo o Cristo
Te olhou, piedade
Compaixão infinita
Ah, meu amigo
Que límpida paixão
Que divina vontade
Fervor feito de lava
Fogo sobre a tua fronte
Tanto amor
E não te deram nada.
Deram-te sim
Ferocidade, grito
E sobre o corpo
Chagas
E mãos enormes, garras
Te levando o rosto
E inúmeras palavras
Tão inúteis na noite.
Diziam que adolescência
Moldou a tua idéia
Que eras como um menino
De encantada imprudência
Loucura caminhares
Na trilha da floresta
Sem luminosa armadura.
Mas eu, poeta, vou indo
Caudalosa
Recortando as palavras
Tão inúteis
E os meus olhos de treva
Vão te olhando
E te guardo no peito
Intenso, aberto
Colado a mim
Homem-Amor
Inteiro permanência
No todo despedaçado
Do poeta.

Pierre Lévy no Roda Viva (08/01/01)

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

CIRCO DA VIDA (WALDER MAIA DO CARMO)

Um sorriso na máscara da alegria
Muitas peripécias para vencer a ilusão
Vender a ganância
fazendo a fome
O homem protagonista das guerras
matando a terra
matando Deus
A arte lacônica, sem expressão
O poeta na insistência
dos seus versos mórbidos...
e o circo da vida
na sua última gargalhada
sem pudor
Fim.

POEMAS AOS HOMENS DE NOSSO TEMPO (HILDA HILST)

Se o teu, o meu, nosso do tigre
Se fizesse livre, como seria?

Se convivesses unânime
Como as estrias do dorso
Desse tigre
Convivem com seu todo

Te farias mais garra?
Ou mais crueza? Ou nasceria
Em ti uma outra criatura
Límpida, solar, ígnea?

Tentarias a sorte de saltar
Em direção à Vega, Canópus?
Te chamarias tigre ou Homem?

Homem: reverso da compulsória
Fome do tigre.
Homem: alado e ocre

Pássaro da morte.

domingo, 9 de agosto de 2009

DESTINO,ACASO??? (WALDER MAIA DO CARMO)

Destino,acaso
são coisas inventadas
O homem existe
nas realizações e conquistas.
Na sua trajetória
nasce,morre
morre,nasce
para que obstáculo
seja tênue
e sua essência plena.
Sempre assim...

sábado, 8 de agosto de 2009

JOÃO DONATO - LUGAR COMUM

Gravado em 1975 - RJ

Beira do mar
Lugar comum
Começo do caminhar
Pra beira de outro lugar
Beira do mar
Todo mar é um
Começo do caminhar
Pra dentro do fundo azul
A água bateu
O vento soprou
O fogo do sol
O sal do senhor
Tudo isso vem
Tudo isso vai
Pro mesmo lugar
De onde tudo sai.
João Donato /Gilberto Gil.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

BIOGRAFIA DE HILDA HILST

“Deus pode ser uma negra noite escura, mas também um flambante sorvete de cerejas”
Frase de Hilda, dita ao escritor Caio Fernando Abreu.



Paulistana de Jaú, nascida no dia 21 de abril de 1930 e falecida a 4 de fevereiro de 2004, Hilda Hilst é reconhecida, quase pela unanimidade da crítica brasileira, como uma das nossas principais autoras, sendo consideradas uma das mais importantes vozes da Língua Portuguesa do século XX. Segundo o crítico Anatol Rosenfeld, “Hilda pertence ao raro grupo de artistas que conseguiu qualidade excepcional em todos os gêneros literários que se propôs - poesia, teatro e ficção”.

Distinguida por vários de nossos mais significativos prêmios literários, presente em numerosas antologias de poesia e ficção, tanto nacionais como estrangeiras, há muito seu nome está incluído nos dicionários de autores brasileiros contemporâneos.
De temperamento transgressor, prezando a liberdade, dona de uma rara beleza e coragem, culta e poeta, Hilda teve uma personalidade marcante e sedutora que ia de encontro aos costumes tradicionais vigentes nos anos 50, criando-se um folclore ao seu redor que, segundo alguns críticos, até chegou a ofuscar a importância de sua obra.

Seu trabalho vem sendo publicado pela Editora Globo e tem sido tema de teses universitárias em nível de pós graduação e merecido traduções para o francês, inglês, espanhol, alemão e italiano, atraindo a atenção da crítica internacional, que já lhe dedicou artigos no Le Monde, L’infint, Libération, The Antigonish Review, Pleine Marge, entre outros.

Iniciando sua ascese literária como poeta (seu primeiro livro, Presságio, é de 1950), Hilda Hilst estreou na dramaturgia em 1967, passando a representar o Brasil em festivais de teatro no exterior, entre eles o Festival de Manizales, Colômbia. Também por várias vezes suas peças teatrais, pela excelência do texto, têm sido utilizadas nos exames da Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo (EAD- USP) e da Unicamp.

Ao iniciar sua ficção, em 1970, com o livro Fluxo Floema, inaugura também um momento raro na Literatura Brasileira pela vigorosa revitalização da linguagem, que utiliza como meio de desestruturação, reformulação e catarse, para afinal reconstruir a Idéia (o Homem) dentro de novos limites. Seguiram-se vários outros livros no gênero.

Criadora de textos magníficos, onde Atemporalidade, Real e Imaginário se fundem e os personagens mergulham no intenso questionamento dos significados, buscando compreensão, resgate da raiz, encontro do essencial, Hilda retrata sem cessar nossa limitada/ilimitada, frágil e surpreendente condição humana. Segundo o crítico literário Léo Gilson Ribeiro, a ficção de Hilda Hilst “submerge o leitor num mundo intrépido de terror e tremor, de beleza indescritível e de uma fascinante prospecção filosófica sobre o Tempo, a Morte, o Amor, o Horror, a Busca”.
A abrangência de linguagem conseguida por Hilda Hilst, capaz de abarcar o coloquial mais chulo e a poesia mais intensa, alia-se à complexidade do Universo da autora, tornando-a uma das mais importantes vozes para descrever, com profunda e comovente fidelidade, a solidão, perplexidade e grandeza do Homem diante do Mundo.
J.L. MORA FUENTES

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

ALUCINAÇÃO ( WALDER MAIA CARMO )

Hoje despertei
com o sol a enxugar
a chuva que molhava
vários dias
O sol enfermeiro,
a curar incertezas,
trazia sonhos,reminiscências,
da vida "moleque"
Vida cortês,vida na natureza
Vida sem compostura
tão desnecessária
quanto as máscaras
que desgastam
o espelho na vão ilusão
de averiguar quem sou?
Vida no amor da casa
que renasce das cinzas
no encanto do acerto
O sol irreverente,eu,
seu calor quente
de liberdade
que me provoca
Alegria que extingue
o fantasma de que
Nada é pior do que morrer só...

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

POEMAS AOS HOMENS DO NOSSO TEMPO (HILDA HILST)

homenagem a Alexei Sakarov

de cima do palanque
de cima da alta poltrona estofada
de cima da rampa
olhar de cima

LÍDERES, o povo
Não é paisagem
Nem mansa geografia
Para a voragem
Do vosso olho.
POVO. POLVO.
UM DIA.

O povo não é o rio
De mínimas águas
Sempre iguais.
Mais fundo, mais além
E por onde navegais
Uma nova canção
De um novo mundo.

E sem sorrir
Vos digo:
O povo não é
Esse pretenso ovo
Que fingis alisar,
Essa superfície
Que jamais castiga
Vossos dedos furtivos.
POVO. POLVO.
LÚCIDA VIGÍLIA.
UM DIA.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

POEMAS AOS HOMENS DO NOSSO TEMPO (HILDA HILST)

A Frederico Garcia Lorca

Companheiro, morto desassombrado, rosácea ensolarada
Quem senão eu, te cantará primeiro. Quem senão eu
Pontilhada de chagas, eu que tanto te amei, eu
Que bebi na tua boca a fúria de umas águas
Eu, que mastiguei tuas conquistas e que depois chorei
Porque dizias: “amor de mis entrañas, viva muerte”.
Ah, se soubesses como ficou difícil a Poesia.
Triste garganta o nosso tempo, TRISTE TRISTE.
E mais um tempo, nem será lícito ao poeta ter memória
E cantar de repente: “os arados van e vên
dende a Santiago a Belén”.
Os cardos, companheiro, a aspereza, o luto
A tua morte outra vez, a nossa morte, assim o mundo:
Deglutindo a palavra cada vez e cada vez mais fundo.
Que dor de te saber tão morto. Alguns dirão:
Mas está vivo, não vês? Está vivo! Se todos o celebram
Se tu cantas! ESTÁS MORTO. Sabes por quê?
“El passado se pone
su coraza de hierro
y tapa sus oídos
con algodón del viento.
Nunca podrá arrancársele
un secreto.”
E o futuro é de sangue, de aço, de vaidade. E vermelhos
Azuis, brancos e amarelos hão de gritar: morte aos poetas!
Morte a todos aqueles de lúcidas artérias, tatuados
De infância, o plexo aberto, exposto aos lobos. Irmão.
Companheiro. Que dor de te saber tão morto.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

POEMAS AO HOMENS DO NOSSO TEMPO ( HILDA HILST )

homenagem à Natalia Gorbanievskaya

Sobre o vosso jazigo
- Homem político -
Nem compaixão, nem flores.
Apenas o escuro grito
Dos homens.

Sobre os vossos filhos
- Homem político -
A desventura
do vosso nome.

E enquanto estiverdes
À frente da Pátria
Sobre nós, a mordaça.
E sobre as vossas vidas
- Homem político -
Inexoravelmente, nossa morte.

Sinal Fechado - Paulinho da Viola

Composição: Paulinho da Viola

Olá, como vai ?
Eu vou indo e você, tudo bem ?
Tudo bem eu vou indo correndo
Pegar meu lugar no futuro, e você ?
Tudo bem, eu vou indo em busca
De um sono tranquilo, quem sabe ...
Quanto tempo... pois é...
Quanto tempo...
Me perdoe a pressa
É a alma dos nossos negócios
Oh! Não tem de quê
Eu também só ando a cem
Quando é que você telefona ?
Precisamos nos ver por aí
Pra semana, prometo talvez nos vejamos
Quem sabe ?
Quanto tempo... pois é... (pois é... quanto tempo...)
Tanta coisa que eu tinha a dizer
Mas eu sumi na poeira das ruas
Eu também tenho algo a dizer
Mas me foge a lembrança
Por favor, telefone, eu preciso
Beber alguma coisa, rapidamente
Pra semana
O sinal ...
Eu espero você
Vai abrir...
Por favor, não esqueça,
Adeus...

sábado, 1 de agosto de 2009

POEMAS AOS HOMENS DE NOSSO TEMPO ( I ) - HILDA HILST

I
homenagem a Alexander Solzhenitsyn

Senhoras e senhores, olhai-nos.
Repensemos a tarefa de pensar o mundo.
E quando a noite vem
Vem a contrafacção dos nossos rostos
Rosto perigoso, rosto-pensamento
Sobre os vossos atos.

A muitos os poetas lembrariam
Que o homem não é para ser engulido
Por vossas gargantas mentirosas.
E sempre um ou dois dos vossos engulidos
Deixarão suas heranças, suas memórias

A IDÉIA, meus senhores

E essa é mais brilhosa
Do que o brilho fugaz de vossas botas.

Cantando amor, os poetas na noite
Repensam a tarefa de pensar o mundo.
E podeis crer que há muito mais vigor
No lirismo aparente
No amante Fazedor da palavra

Do que na mão que esmaga.

A IDÉIA é ambiciosa e santa.
E o amor dos poetas pelos homens
é mais vasto
Do que a voracidade que nos move.
E mais forte há de ser
Quanto mais parco

Aos vossos olhos possa parecer.

CONGRESSO INTERNACIONAL DO MEDO (CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE)

Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que estereliza os abraços,
não cantaremos o ódio, porque este não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte.
Depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas

NÓS

nós custam muito tempo até sumirem
o cerne...o suporte
os anéis... camadas,cascas que vão surgindo
e sendo ultrapassadas,fortalecendo o tronco!
constroem a árvore!
só depois de cortada,morta,
os segredos da árvore no corte de topo,
gritam...confesso que vivi...
e o que vivi...viveria muito mais!

Nadia Stabile - 29/07/09

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