"Uma noite um velho contou ao seu neto sobre uma batalha que acontece dentro das pessoas.Ele disse:meu filho,a batalha é entre dois lobos dentro de ´todos nós.Um é mal.É a raiva,inveja,ciúme,cobiça,arrogância,orgulho.O outro e bom.É alegria,paz,esperança,humildade,benevolência, fé. O neto pensou naquilo por alguns minutos e perguntou ao seu avô:"Qual o lobo que vence?" O velho simplesmente respondeu,"O QUE VOCÊ ALIMENTA."
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
Lucia Helena
Eneida
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Professores também são vítimas de ciberviolência
18/08/2010 - 16h17
ANGELA SENRA Colaboração para o UOL
Sofrer perseguição e constrangimento pelo pessoal da escola, o bullying, não é um acontecimento reservado apenas aos alunos. Professores também padecem com o desrespeito dos estudantes. Mas, em vez de aviõezinhos de papel, os alunos de hoje se vingam dos professores na internet, criando comunidades e sites com difamações e xingamentos. Seria uma espécie "ciberbullying às avessas", apesar de o termo não se aplicar neste caso (leia abaixo).
A ciberviolência contra professores - melhor definição aplicada aqui - parece ser mais comum em escolas públicas, mas existe também nos estabelecimentos privados. Para a psicopedagoga Quézia Bombonatto, presidente da ABPp (Associação Brasileira de Psicopedagogia), uma explicação para que o mau comportamento ocorra com menos frequência nas particulares é o sonho dos pais que os filhos estudem em determinados colégios. “Os mais conceituados são procurados às vezes quando a criança nasce, dão status, por isso as escolas privadas conseguem controlar melhor este tipo de comportamento”, acredita.
Isso não quer dizer que não aconteça. A professora de Florianópolis (SC) Luciana*, de 41 anos, lecionava em uma faculdade particular havia três anos quando se viu às voltas com a agressão de um grupo de alunos. “Eles não aceitavam as cobranças que eu fazia em sala de aula e partiram para o ataque na internet. Criaram uma comunidade no Orkut com o nome de ‘Eu Odeio a V… Cognitiva’, que fazia referência à disciplina que eu dava”, relata.
Ela levou o fato ao conselho de ética da universidade, que não se posicionou a respeito. “O coordenador do curso apenas conversou com os alunos e pediu que retirassem o grupo virtual do site. Mas até a comunidade sair do ar eles colocaram posts ofensivos, me xingaram de todos os palavrões que se pode imaginar.”
Ao contrário de muitos professores, que acabam doentes, Luciana permaneceu indo normalmente ao trabalho. “Tenho jogo de cintura, não me deixei abalar, mas foi muito complicado. Não é nada agradável ter um grupo de pessoas que não gosta do seu trabalho e que, em vez de discutir civilizadamente, publica insultos contra você diariamente na internet”, desabafa.
A solução que a faculdade encontrou foi não renovar o contrato com Luciana, que hoje leciona em faculdade federal e não sofreu mais este tipo de assédio.
Brincadeira ou assédio?
O assédio moral aos professores não é uma novidade do século XXI, mas Quézia acredita que antes era mais disfarçado. “Na década de 1970, quando dava aulas, os alunos ficavam quietos na presença do professor. Hoje as relações são muito diferentes, há uma desvalorização generalizada do papel do educador. Os próprios pais, muitas vezes, ao invés de questionarem os filhos, questionam os professores, mesmo quando se trata de notas baixas.”
Além disso, o próprio sistema, segundo ela, dá mais poder ao aluno. “A reprovação, que era um instrumento de controle, quase não existe mais, e o aluno sabe disso”, diz Quézia.
Professor versus aluno
O professor então estaria isento de responsabilidade? O sociólogo Gualberto Gouveia, que estuda o tema há seis anos, acredita que não. “Muitos estão afastados dos alunos, não se atualizam e perdem o controle com facilidade. Isso dá margem às brincadeiras, que, muitas vezes, não passam disso mesmo.”
Para a psicopedagoga Birgit Mobus, da Escola Suíço-Brasileira de São Paulo, o limite entre uma gracinha de mau gosto e agressão nem sempre é claro. “Se um aluno coloca sal na água do professor, é indisciplina? Qual o significado de ‘vá se ferrar’, por exemplo? Para alguns, é um palavrão; para outros, um desabafo do tipo ‘não enche’. Depende muito do humor do professor e de seu nível de tolerância. O bom profissional sabe avaliar a gravidade de um fato e conversa com o aluno e os pais para resolver”, acredita.
E quando o aluno resolve partir para a agressão física? “Crianças pequenas, que não sabem lidar com a raiva, podem bater no professor. Muitas vezes, estes alunos têm pais abusadores ou não têm limites dentro de casa e carregam o mesmo comportamento para a sala de aula”, diz Birgit.
Não é incomum também ouvir dos pais que, já que pagam a escola, os professores têm de fazer o que eles querem. “Os professores são cobrados, mas não são valorizados. E isso se reflete no comportamento dos alunos”, afirma Quézia.
O que fazer
No caso de agressão de aluno contra professor, o termo bullying não se aplica, pois é usado para denominar agressão entre pares, ou seja, aluno contra aluno ou professor contra professor. Mas assim como nos casos de bullying, a escola tem sua responsabilidade. “Ela deve ficar alerta ao problema, no sentido de preveni-lo”, explica o advogado trabalhista empresarial José Eduardo Pastore.
A difamação, que consiste em atribuir a alguém fato ofensivo à sua reputação, pede medidas:
- Registre um boletim de ocorrência (BO) contra o autor da difamação ou seu responsável legal.
- No caso de redes sociais, ingressar com uma ação cautelar para que o provedor forneça os dados sobre a identidade do computador do qual as mensagens foram postadas e ainda para que o provedor remova do ar o conteúdo ofensivo.
- Entre na Justiça com um pedido de indenização por danos morais.
- Entre na Justiça com uma ação de difamação, de caráter criminal. O crime de difamação se enquadra nos crimes contra a honra, Capítulo V, Título I da Parte Especial do Código Penal Brasileiro. A difamação, prevista no artigo 139 do Código Penal, é punida com detenção de três meses a um ano, além de multa.
* O nome foi trocado a pedido da entrevistada
http://estilo.uol.com.br/comportamento/ultnot/2010/08/18/professores-tambem-sao-vitimas-de-ciberviolencia.jhtm
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Turba sombria (Walder Maia do Carmo)
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Campanha de vacinação contra a paralisia infantil continua em pelo menos 15 Estados
16/08/2010 - 17h57
CAROLINA LEAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A segunda etapa da campanha de vacinação contra a paralisia infantil continua em pelo menos 15 Estados que ainda não atingiram a meta de imunizar 95% das crianças de até cinco anos.
SP prorroga até dia 20 de agosto a segunda etapa da vacinação contra paralisia infantil
Governador de SP leva sua neta para ser vacinada contra a pólio
Segunda etapa da vacinação contra pólio começa às 10h de sábado
Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Goiás, Sergipe, Alagoas, Paraíba, Pernambuco, Ceará, Tocantins, Acre e Roraima continuam na campanha.
A maioria dos Estados adotou como data final a próxima sexta-feira, dia 20 de agosto; Paraná e Espírito Santo estenderam a campanha até o dia 27; Roraima, até o dia 30. Sergipe e Tocantins não estabeleceram um prazo final.
A Folha não conseguiu confirmar os prazos da campanha com os governos do Distrito Federal, Mato Grosso, Piauí, Rondônia, Amapá e Amazonas.
Os Estados que decidiram não prorrogar a campanha oficialmente são Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pará, Rio Grande do Norte e Maranhão. No entanto, mesmo com o fim da campanha oficial, a vacina continua disponível em postos de saúde da rede municipal.
Boa parte dos Estados adotou a prorrogação por conta da baixa procura pela vacina no sábado, o dia "D" da vacinação. O governo do Rio Grande do Sul, por exemplo, citou o frio e a chuva que atingiram o Estado no fim de semana.
Outros Estados, como Santa Catarina, Paraíba e Tocantins, já tinham incluído o prazo maior em seus cronogramas. No Tocantins, por exemplo, a dificuldade de acesso a localidades da área rural fez com que o governo não estabelecesse uma data limite para a vacinação.
BALANÇO
Um balanço parcial do Ministério da Saúde indica que cerca de 10 milhões de crianças foram vacinadas em todo o país contra a poliomielite, até as 15h desta segunda-feira. A meta é imunizar 14,6 milhões de crianças --ou 95% dos menores de cinco anos.
A primeira etapa da campanha foi no dia 12 de junho. Cerca de 24 milhões de doses de vacina foram distribuídas em cada etapa.
O Brasil não registra casos de poliomielite desde 1989. Causada pelo poliovírus selvagem, a doença é caracterizada por febre, mal-estar, cefaleia e pode causar paralisia. A vacina é segura e os efeitos colaterais são extremamente raros.
Somente não devem ser imunizadas as crianças com deficiência imunológica, como Aids e câncer, ou que apresentem infecções agudas, febre alta, diarreia, vômito ou alergia aos componentes da vacina.
A poliomielite é uma infecção grave causada por três tipos vírus que provoca lesões no sistema nervoso podendo matar ou provocar a paralisia dos membros --pernas e braços. A doença é transmitida por via oral.
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/783824-campanha-de-vacinacao-contra-a-paralisia-infantil-continua-em-pelo-menos-15-estados.shtml
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
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diálogo entre o principezinho e a raposa, capítulo XXI do Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry.
E foi então que apareceu a raposa:
- Boa dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer "cativar"?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer "cativar"?
- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que fazem. Tu procuras galinhas?
- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços..."
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...
- É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra...
- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
- Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito, suspirou a raposa.
Mas a raposa voltou à sua idéia.
- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
- Por favor... cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...
No dia seguinte o principezinho voltou.
- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso ritos.
- Que é um rito? perguntou o principezinho.
- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!
Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.
- Então, não sais lucrando nada!
- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.
Depois ela acrescentou:
- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.
Foi o principezinho rever as rosas:
- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela á agora única no mundo.
E as rosas estavam desapontadas.
- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.
E voltou, então, à raposa:
- Adeus, disse ele...
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...
- Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
Viver na esperança, saindo da utopia (Walder Maia do Carmo)
Na flor subtraida do outono, onde primavera não havia.
Na alegria das sílabas falantes
No amor remoçando os amantes.
Na alma, recôndito do homem livre.
Viver na esperança, saindo da utopia.
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Sétimo poema do ciclo "Ângela" - Gregório de Matos
Isso é ser flor, e Anjo juntamente,
Ser Angélica flor, e Anjo florente,
em quem, senão em vós se uniformara?
Quem veria uma flor, que a não cortara
De verde pé, de rama florescente?
E quem um Anjo vira tão luzente,
Que por seu Deus, o não idolatrara?
Se como Anjo sois dos meus altares,
Fôreis o meu custódio, e minha guarda,
Livrara eu de diabólicos azares.
Mas vejo, que tão bela, e tão galharda,
Posto que os Anjos nunca dão pesares,
Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda.