ELE
sim,a exaurir-me,seguindo a intuição da carne
ELA
pode ser estrogeneo
ELE
"Uma noite um velho contou ao seu neto sobre uma batalha que acontece dentro das pessoas.Ele disse:meu filho,a batalha é entre dois lobos dentro de ´todos nós.Um é mal.É a raiva,inveja,ciúme,cobiça,arrogância,orgulho.O outro e bom.É alegria,paz,esperança,humildade,benevolência, fé. O neto pensou naquilo por alguns minutos e perguntou ao seu avô:"Qual o lobo que vence?" O velho simplesmente respondeu,"O QUE VOCÊ ALIMENTA."
terça-feira, 30 de março de 2010
segunda-feira, 29 de março de 2010
Historiadores buscam verdade sobre prostituição nos templos da antiguidade
29/03/2010
“Prostitutas sagradas” em Jerusalém, sexo no templo a serviço de Afrodite? Muitos autores antigos descrevem a prostituição sagrada em termos drásticos. Seriam essas histórias apenas lendas? Os historiadores estão à procura da verdade por trás dos relatos.
O “costume mais horrendo” na Babilônia, escreveu o historiador Heródoto (que acredita-se que tenha vivido entre aproximadamente 490 a 425 a.C.), era a prática disseminada da prostituição no Templo de Ishtar. Uma vez durante suas vidas, todas as mulheres do país eram obrigadas a sentar-se no templo e “entregar-se a um estranho” por dinheiro.
As mulheres “ricas e esnobes”, criticou o historiador da Grécia antiga, chegavam em “carruagens cobertas”.
Os persas no Mar Negro aparentemente estavam envolvidos em atividades igualmente nefastas. Segundo o geógrafo grego Strabo, “as filhas virgens”, que mal tinham 12 anos, eram dedicadas ao culto da prostituição. “Elas tratam seus amantes com tamanha cordialidade que até mesmo os entretêm.”
Há muitos relatos semelhantes na antiguidade clássica. Acredita-se que tribos da Sicília até Tebas supostamente praticavam hábitos religiosos perversos.
Os judeus também estiveram envolvidos nessas práticas. Há cerca de uma dúzia de passagens no Velho Testamento envolvendo os “qadeshes”, uma palavra para os praticantes da prostituição sagrada, tanto do sexo masculino quanto feminino. No Deuteronômio, os prostitutos e prostitutas são proibidos de levar “à Casa do Senhor” o pagamento que receberam.
Os pesquisadores do século 20 adotaram de modo resoluto as referências, que frequentemente são misteriosas. Logo foi considerado um fato que os sacerdotes do Mundo Oriental praticavam a defloração forçada. Foi dito que havia “prostituição por donativos” e “copulação sexual no local de culto”.
Segundo a “Encyclopedia of Theology and the Church”, a prostituição sagrada era “uma mancha de praga moral e higiênica no corpo do povo”. Mas será verdade? Mais e mais acadêmicos agora estão questionando as fábulas eróticas dos antigos.
As histórias eróticas foram exageradas?
Tábuas cuneiformes recém-descobertas pintam uma imagem mais neutra e está ficando cada vez mais claro que os acadêmicos de décadas passadas exageraram o assunto. Por exemplo, não há nenhuma evidência comprovando que existiu o ritual de defloramento forçado.
Algumas pesquisadoras do sexo feminino adotam uma posição ainda mais radical. Elas contestam totalmente a prostituição sagrada, chamando a coisa toda de mentira.
Segundo um novo livro sobre o assunto, tudo começou quando alguns poucos escritores gregos elaboraram hábitos sujos e difamatórios sobre os povos estrangeiros, como evidência de sua inferioridade moral. Nos tempos modernos, escreve a autora, essa imundície se desenvolveu em um “mito de pesquisa”.
Julia Assante, uma acadêmica americana especializada no Oriente antigo e líder do movimento, está convencida de que as prostitutas sagradas são produto da “fantasia masculina”.
Mas, para acadêmicos moderados, esta interpretação vai longe demais. Apesar de também questionarem algumas opiniões acadêmicas exageradas do passado, eles insistem que o fenômeno existiu. Eles acreditam que existiram:
-Templos que operavam bordéis ao lado;
-Templos nos quais garotas ocupavam as mais altas posições do sacerdócio, mesmo antes de sua primeira menstruação;
-Prostitutas profissionais que doavam seu dinheiro aos templos, como o dedicado à deusa Afrodite.
Um debate amargo está se desenrolando, com assiriólogos de inclinação feminista brigando com professores da velha guarda. Enquanto os primeiros condenam consistentemente as teorias de prostituição sagrada como apenas mentiras, os últimos, citando a gramática sumeriana, defendem seu suposto “ponto de vista patriarcal”.
Prostituição de rua nos tempos antigos
Há, entretanto, um acordo em relação à prostituição comum de rua nos tempos antigos. Usando maquiagem espalhafatosa e xales amarelos, as prostitutas de Atenas anunciavam seus encantos aos pés da Acrópole. “Garotas de flauta” especiais ofereciam tocar o aulos para seus clientes antes de prestar seu serviço.
As prostitutas de rua de Roma cobravam quatro ases (o equivalente a cerca de10 euros ou US$ 14). Messalina, uma famosa cortesã, se tornou imperatriz quando se casou com o imperador Cláudio.
A terra das pirâmides também oferecia prazeres pecaminosos. Suas prostitutas esfregavam bálsamo nos corpos de seus clientes. “Seu falo está nas mulheres Chenemet”, diz o texto de um papiro antigo. “Um homem pode copular melhor que um burro. É apenas sua bolsa que o impede.”
A Mesopotâmia era particularmente conhecida por sua falta de valores morais. Uma prostituta chamada Shamhat (“A Voluptuosa”), que aparece no épico “Gilgamesh”, seduziu o selvagem Enkidu: “Ela desnudou seus seios, expôs seu sexo e ele se deleitou em sua voluptuosidade”.
Havia poucas objeções à profissão no Vale do Eufrates. Uma tábua de argila conta a história de uma mulher jovem que recebe seus clientes na casa de seus pais. Ela era paga com a carne de um leitão.
A Prostituta da Babilônia
Mas o que acontecia nos locais sagrados? O que acontecia por trás dos muros do Templo de Ishtar? Isso é fonte de disputa entre os acadêmicos.
O Oriente dedicou prédios enormes à sua deusa do sexo e amor. Hinos a louvavam como “Senhora das mulheres” com “encantos sedutores”. “Nos lábios ela é doce; a vida está em sua boca” – Prostituta da Babilônia.
O culto de Ishtar logo se espalhou para o norte, primeiro para Chipre, onde colonos gregos entraram em contato com a deusa e a rebatizaram de Afrodite. Segundo o mito grego, a bela Afrodite se ergueu de uma mancha de sangue no mar, onde a água estava tingida de vermelho e cheia de esperma. Foi o ponto onde Cronos, o senhor dos Titãs, atirou a genitália cortada de seu pai no mar.
A deusa, “nascida da espuma do mar”, nunca foi inocente, mas cheia de desejo e de uma orgia dos sentidos. Em Uruk, um festival orgiástico semelhante ao Carnaval era celebrado em sua homenagem há 5 mil anos. Listas antigas mostram que dançarinas e atrizes trabalhavam no Templo de Ishtar.
Sem sinais de atos sexuais no altar
Todavia, não há sinais de que atos sexuais e rituais de fertilidade ocorriam diretamente no altar, como os acadêmicos antes alegavam. “Não há nenhuma evidência dessas práticas mágicas”, explica Gernot Wilhelm, um orientalista da Universidade Julis Maximilian, em Würzburg, Alemanha.
Heródoto inventou sua história de sexo forçado entre as mulheres da Babilônia?
Pesquisadores de gênero acham que sim.
Todavia, provavelmente há mais por trás da história do que parece. O templo da deusa do sexo também incluía um grupo especial de culto, as “harimtu”, ou “prostitutas”.
Algum tempo atrás, Wilhelm descobriu um documento legal fascinante. Ele tem cerca de 3.300 anos e reconta como um homem entregou sua própria filha ao Templo de Ishtar, para servir como harimtu. Segundo o documento, o homem queria um empréstimo dos sacerdotes e estava oferecendo sua filha como garantia.
Mas o que exatamente a filha penhorada fez para seus novos empregadores? Wilhelm especula que a jovem trabalhava como prostituta, “mas fora do templo”.
Como evidência, o professor cita o “Livro de Baruc” no Velho Testamento. Ele descreve as prostitutas “à beira do caminho” entra as casas da Babilônia. Elas também estavam de alguma forma associadas à organização sagrada.
Uma disputa acadêmica
Os céticos não aceitam nada disso. Harimtu não significa prostituta, diz Julia Assante, a acadêmica de estudos de gênero. Ela alega que os assiriólogos simplesmente traduziram a palavra incorretamente há 150 anos.
Em vez disso, diz Assante, a palavra se refere a “mulher solteira”, que servia como representante do culto e não fazia parte de um lar masculino. Os adversários de Assante fazem careta diante de sua interpretação, acusando-a de transferir seu próprio status social à era pré-cristã.
Sua reinterpretação da palavra harimtu não faz sentido semântico, diz o historiador econômico Morris Silver. Ele insiste que as harimtu eram claramente “prostitutas profissionais com conexões cultistas”, que ofereciam um “serviço sexual” em prol do templo. Os sacerdotes atuavam como cafetões e coletavam parte dos lucros.
Esses bordéis sagrados provavelmente também existiam na Grécia, especificamente no Templo de Afrodite, em Corinto, como acreditam os acadêmicos. Ele ficava empoleirado em uma escarpa rochosa a 575 metros acima do nível do mar.
Profissionais do sexo, vestidos tênues, maquiagem chamativa
É incontestável que a cidade em si era um lugar ruidoso. Corinto era um centro de comércio marítimo, com centenas de navios ancorados em suas docas. Profissionais do sexo, usando vestidos tênues e maquiagem chamativa, ficavam espalhadas pelo cais oferecendo seus encantos.
Mas o templo da deusa do amor, no alto do penhasco, também parece ter sido um centro de atividade sexual. “O Templo de Afrodite era tão rico que possuía mais de mil escravos e cortesãs”, escreve Strabo.
Hordas de marinheiros e capitães do mar, “famintos por sexo”, escalavam até o templo no penhasco, diz o acadêmico britânico Nigel Spivey.
Tanja Scheer, uma professora de história antiga da Universidade de Oldenburg, no norte da Alemanha, agora propõe uma solução melhor: “Os relatos de um bordel sagrado em Corinto são todos baseados em uma ode de Pindar”, ela explica. Pindar escreve que um rico campeão olímpico dedicou o templo cem prostitutas em 464 a.C.
Mas, como Scheer aponta, é improvável que as prostitutas se deitassem diretamente no altar. Em vez disso, ela diz, o rico atleta provavelmente ofereceu assistência financeira ao templo, na forma de escravas. “A receita da venda de seus corpos poderia servir como fonte regular e constante de renda para o templo.”
A teoria de Scheer é apoiada pelo fato de que o estadista ateniense Sólon, que estabeleceu casas de prazer do governo em Atenas por volta de 590 a.C., cobrava impostos das prostitutas. A cidade usou a receita para construir um templo à deusa do amor.
Como revela um fragmento de uma velha comédia, garotas muito jovens aparentemente viviam no bordel. O texto descreve as “crias” de Afrodite em pé, nuas, em uma fila, e nota: “Delas, de forma constante e segura, é possível comprar prazer por uma pequena moeda”. Também é possível que as coisas fossem muito pior para as crianças prostitutas no mundo antigo. Alguns acadêmicos especulam que pode ter ocorrido muito sexo sagrado entre crianças.
Novamente, a trilha leva à Babilônia e sua torre em forma de pirâmide, com 91 metros, uma das maravilhas do mundo antigo. Segundo algumas fontes, havia um templo no topo da torre que continha uma cama, onde uma garota escolhida dormia à noite, preparada constantemente para um “casamento sagrado” –um ato sexual simbólico com o deus Marduk. Abuso de crianças no Nilo?
Distante dali, no principal templo em Tebas, na terra dos faraós, havia uma “consorte divina de Amon”.
Este sacerdócio era ocupado por “uma dama da maior beleza e da mais ilustre família”, escreve Strabo, “e ela se prostituía, coabitando com quaisquer homens que desejasse até que a limpeza natural de seu corpo ocorresse” (menstruação).
Há muitas pistas históricas que levam à especulação entre os acadêmicos, particularmente agora que um novo documento tem alimentado ainda mais o debate.
É um fragmento puído de um pergaminho egípcio, que também trata do assunto das jovens sacerdotisas.
Segundo o texto, as garotas eram autorizadas a trabalhar no templo até sua primeira menstruação. Depois disso, entretanto, “elas são afastadas de seus deveres”.
Tradução: George El Khouri Andolfato
http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/derspiegel/2010/03/29/historiadores-buscam-verdade-sobre-prostituicao-nos-templos-da-antiguidade.jhtm
“Prostitutas sagradas” em Jerusalém, sexo no templo a serviço de Afrodite? Muitos autores antigos descrevem a prostituição sagrada em termos drásticos. Seriam essas histórias apenas lendas? Os historiadores estão à procura da verdade por trás dos relatos.
O “costume mais horrendo” na Babilônia, escreveu o historiador Heródoto (que acredita-se que tenha vivido entre aproximadamente 490 a 425 a.C.), era a prática disseminada da prostituição no Templo de Ishtar. Uma vez durante suas vidas, todas as mulheres do país eram obrigadas a sentar-se no templo e “entregar-se a um estranho” por dinheiro.
As mulheres “ricas e esnobes”, criticou o historiador da Grécia antiga, chegavam em “carruagens cobertas”.
Os persas no Mar Negro aparentemente estavam envolvidos em atividades igualmente nefastas. Segundo o geógrafo grego Strabo, “as filhas virgens”, que mal tinham 12 anos, eram dedicadas ao culto da prostituição. “Elas tratam seus amantes com tamanha cordialidade que até mesmo os entretêm.”
Há muitos relatos semelhantes na antiguidade clássica. Acredita-se que tribos da Sicília até Tebas supostamente praticavam hábitos religiosos perversos.
Os judeus também estiveram envolvidos nessas práticas. Há cerca de uma dúzia de passagens no Velho Testamento envolvendo os “qadeshes”, uma palavra para os praticantes da prostituição sagrada, tanto do sexo masculino quanto feminino. No Deuteronômio, os prostitutos e prostitutas são proibidos de levar “à Casa do Senhor” o pagamento que receberam.
Os pesquisadores do século 20 adotaram de modo resoluto as referências, que frequentemente são misteriosas. Logo foi considerado um fato que os sacerdotes do Mundo Oriental praticavam a defloração forçada. Foi dito que havia “prostituição por donativos” e “copulação sexual no local de culto”.
Segundo a “Encyclopedia of Theology and the Church”, a prostituição sagrada era “uma mancha de praga moral e higiênica no corpo do povo”. Mas será verdade? Mais e mais acadêmicos agora estão questionando as fábulas eróticas dos antigos.
As histórias eróticas foram exageradas?
Tábuas cuneiformes recém-descobertas pintam uma imagem mais neutra e está ficando cada vez mais claro que os acadêmicos de décadas passadas exageraram o assunto. Por exemplo, não há nenhuma evidência comprovando que existiu o ritual de defloramento forçado.
Algumas pesquisadoras do sexo feminino adotam uma posição ainda mais radical. Elas contestam totalmente a prostituição sagrada, chamando a coisa toda de mentira.
Segundo um novo livro sobre o assunto, tudo começou quando alguns poucos escritores gregos elaboraram hábitos sujos e difamatórios sobre os povos estrangeiros, como evidência de sua inferioridade moral. Nos tempos modernos, escreve a autora, essa imundície se desenvolveu em um “mito de pesquisa”.
Julia Assante, uma acadêmica americana especializada no Oriente antigo e líder do movimento, está convencida de que as prostitutas sagradas são produto da “fantasia masculina”.
Mas, para acadêmicos moderados, esta interpretação vai longe demais. Apesar de também questionarem algumas opiniões acadêmicas exageradas do passado, eles insistem que o fenômeno existiu. Eles acreditam que existiram:
-Templos que operavam bordéis ao lado;
-Templos nos quais garotas ocupavam as mais altas posições do sacerdócio, mesmo antes de sua primeira menstruação;
-Prostitutas profissionais que doavam seu dinheiro aos templos, como o dedicado à deusa Afrodite.
Um debate amargo está se desenrolando, com assiriólogos de inclinação feminista brigando com professores da velha guarda. Enquanto os primeiros condenam consistentemente as teorias de prostituição sagrada como apenas mentiras, os últimos, citando a gramática sumeriana, defendem seu suposto “ponto de vista patriarcal”.
Prostituição de rua nos tempos antigos
Há, entretanto, um acordo em relação à prostituição comum de rua nos tempos antigos. Usando maquiagem espalhafatosa e xales amarelos, as prostitutas de Atenas anunciavam seus encantos aos pés da Acrópole. “Garotas de flauta” especiais ofereciam tocar o aulos para seus clientes antes de prestar seu serviço.
As prostitutas de rua de Roma cobravam quatro ases (o equivalente a cerca de10 euros ou US$ 14). Messalina, uma famosa cortesã, se tornou imperatriz quando se casou com o imperador Cláudio.
A terra das pirâmides também oferecia prazeres pecaminosos. Suas prostitutas esfregavam bálsamo nos corpos de seus clientes. “Seu falo está nas mulheres Chenemet”, diz o texto de um papiro antigo. “Um homem pode copular melhor que um burro. É apenas sua bolsa que o impede.”
A Mesopotâmia era particularmente conhecida por sua falta de valores morais. Uma prostituta chamada Shamhat (“A Voluptuosa”), que aparece no épico “Gilgamesh”, seduziu o selvagem Enkidu: “Ela desnudou seus seios, expôs seu sexo e ele se deleitou em sua voluptuosidade”.
Havia poucas objeções à profissão no Vale do Eufrates. Uma tábua de argila conta a história de uma mulher jovem que recebe seus clientes na casa de seus pais. Ela era paga com a carne de um leitão.
A Prostituta da Babilônia
Mas o que acontecia nos locais sagrados? O que acontecia por trás dos muros do Templo de Ishtar? Isso é fonte de disputa entre os acadêmicos.
O Oriente dedicou prédios enormes à sua deusa do sexo e amor. Hinos a louvavam como “Senhora das mulheres” com “encantos sedutores”. “Nos lábios ela é doce; a vida está em sua boca” – Prostituta da Babilônia.
O culto de Ishtar logo se espalhou para o norte, primeiro para Chipre, onde colonos gregos entraram em contato com a deusa e a rebatizaram de Afrodite. Segundo o mito grego, a bela Afrodite se ergueu de uma mancha de sangue no mar, onde a água estava tingida de vermelho e cheia de esperma. Foi o ponto onde Cronos, o senhor dos Titãs, atirou a genitália cortada de seu pai no mar.
A deusa, “nascida da espuma do mar”, nunca foi inocente, mas cheia de desejo e de uma orgia dos sentidos. Em Uruk, um festival orgiástico semelhante ao Carnaval era celebrado em sua homenagem há 5 mil anos. Listas antigas mostram que dançarinas e atrizes trabalhavam no Templo de Ishtar.
Sem sinais de atos sexuais no altar
Todavia, não há sinais de que atos sexuais e rituais de fertilidade ocorriam diretamente no altar, como os acadêmicos antes alegavam. “Não há nenhuma evidência dessas práticas mágicas”, explica Gernot Wilhelm, um orientalista da Universidade Julis Maximilian, em Würzburg, Alemanha.
Heródoto inventou sua história de sexo forçado entre as mulheres da Babilônia?
Pesquisadores de gênero acham que sim.
Todavia, provavelmente há mais por trás da história do que parece. O templo da deusa do sexo também incluía um grupo especial de culto, as “harimtu”, ou “prostitutas”.
Algum tempo atrás, Wilhelm descobriu um documento legal fascinante. Ele tem cerca de 3.300 anos e reconta como um homem entregou sua própria filha ao Templo de Ishtar, para servir como harimtu. Segundo o documento, o homem queria um empréstimo dos sacerdotes e estava oferecendo sua filha como garantia.
Mas o que exatamente a filha penhorada fez para seus novos empregadores? Wilhelm especula que a jovem trabalhava como prostituta, “mas fora do templo”.
Como evidência, o professor cita o “Livro de Baruc” no Velho Testamento. Ele descreve as prostitutas “à beira do caminho” entra as casas da Babilônia. Elas também estavam de alguma forma associadas à organização sagrada.
Uma disputa acadêmica
Os céticos não aceitam nada disso. Harimtu não significa prostituta, diz Julia Assante, a acadêmica de estudos de gênero. Ela alega que os assiriólogos simplesmente traduziram a palavra incorretamente há 150 anos.
Em vez disso, diz Assante, a palavra se refere a “mulher solteira”, que servia como representante do culto e não fazia parte de um lar masculino. Os adversários de Assante fazem careta diante de sua interpretação, acusando-a de transferir seu próprio status social à era pré-cristã.
Sua reinterpretação da palavra harimtu não faz sentido semântico, diz o historiador econômico Morris Silver. Ele insiste que as harimtu eram claramente “prostitutas profissionais com conexões cultistas”, que ofereciam um “serviço sexual” em prol do templo. Os sacerdotes atuavam como cafetões e coletavam parte dos lucros.
Esses bordéis sagrados provavelmente também existiam na Grécia, especificamente no Templo de Afrodite, em Corinto, como acreditam os acadêmicos. Ele ficava empoleirado em uma escarpa rochosa a 575 metros acima do nível do mar.
Profissionais do sexo, vestidos tênues, maquiagem chamativa
É incontestável que a cidade em si era um lugar ruidoso. Corinto era um centro de comércio marítimo, com centenas de navios ancorados em suas docas. Profissionais do sexo, usando vestidos tênues e maquiagem chamativa, ficavam espalhadas pelo cais oferecendo seus encantos.
Mas o templo da deusa do amor, no alto do penhasco, também parece ter sido um centro de atividade sexual. “O Templo de Afrodite era tão rico que possuía mais de mil escravos e cortesãs”, escreve Strabo.
Hordas de marinheiros e capitães do mar, “famintos por sexo”, escalavam até o templo no penhasco, diz o acadêmico britânico Nigel Spivey.
Tanja Scheer, uma professora de história antiga da Universidade de Oldenburg, no norte da Alemanha, agora propõe uma solução melhor: “Os relatos de um bordel sagrado em Corinto são todos baseados em uma ode de Pindar”, ela explica. Pindar escreve que um rico campeão olímpico dedicou o templo cem prostitutas em 464 a.C.
Mas, como Scheer aponta, é improvável que as prostitutas se deitassem diretamente no altar. Em vez disso, ela diz, o rico atleta provavelmente ofereceu assistência financeira ao templo, na forma de escravas. “A receita da venda de seus corpos poderia servir como fonte regular e constante de renda para o templo.”
A teoria de Scheer é apoiada pelo fato de que o estadista ateniense Sólon, que estabeleceu casas de prazer do governo em Atenas por volta de 590 a.C., cobrava impostos das prostitutas. A cidade usou a receita para construir um templo à deusa do amor.
Como revela um fragmento de uma velha comédia, garotas muito jovens aparentemente viviam no bordel. O texto descreve as “crias” de Afrodite em pé, nuas, em uma fila, e nota: “Delas, de forma constante e segura, é possível comprar prazer por uma pequena moeda”. Também é possível que as coisas fossem muito pior para as crianças prostitutas no mundo antigo. Alguns acadêmicos especulam que pode ter ocorrido muito sexo sagrado entre crianças.
Novamente, a trilha leva à Babilônia e sua torre em forma de pirâmide, com 91 metros, uma das maravilhas do mundo antigo. Segundo algumas fontes, havia um templo no topo da torre que continha uma cama, onde uma garota escolhida dormia à noite, preparada constantemente para um “casamento sagrado” –um ato sexual simbólico com o deus Marduk. Abuso de crianças no Nilo?
Distante dali, no principal templo em Tebas, na terra dos faraós, havia uma “consorte divina de Amon”.
Este sacerdócio era ocupado por “uma dama da maior beleza e da mais ilustre família”, escreve Strabo, “e ela se prostituía, coabitando com quaisquer homens que desejasse até que a limpeza natural de seu corpo ocorresse” (menstruação).
Há muitas pistas históricas que levam à especulação entre os acadêmicos, particularmente agora que um novo documento tem alimentado ainda mais o debate.
É um fragmento puído de um pergaminho egípcio, que também trata do assunto das jovens sacerdotisas.
Segundo o texto, as garotas eram autorizadas a trabalhar no templo até sua primeira menstruação. Depois disso, entretanto, “elas são afastadas de seus deveres”.
Tradução: George El Khouri Andolfato
http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/derspiegel/2010/03/29/historiadores-buscam-verdade-sobre-prostituicao-nos-templos-da-antiguidade.jhtm
Quando a angústia (Walder Maia do Carmo)
Quando a angústia envolve a existência,como o nefasto,
recorro à oração.
Nela encontro conforto da certeza na inconsistente paz.
É nesse momento que existo na comunhão, criador e criatura.
É nesse momento que troca-se amor.
Essa atenuação consegue restabelecer o equilíbrio subtraido
da ausência...
A resignação resgata a resistência.
recorro à oração.
Nela encontro conforto da certeza na inconsistente paz.
É nesse momento que existo na comunhão, criador e criatura.
É nesse momento que troca-se amor.
Essa atenuação consegue restabelecer o equilíbrio subtraido
da ausência...
A resignação resgata a resistência.
Até o Fim
ELE
Não encontrei o amor que , buscava em você.
Encontrei nele.
ELA
Também buscava o amor com significado.
ELE
Mais encontrei ternura,o lado mulher em plenitude.
ELA
Existe conflito?
ELE
Por entender esse amor,amo você.
ELA
Ainda insatisfeitos...Analista?
ELE
Vou terminar com o fim.
ELA
O fim?
Ele
Não encontrei o amor que , buscava em você.
Encontrei nele.
ELA
Também buscava o amor com significado.
ELE
Mais encontrei ternura,o lado mulher em plenitude.
ELA
Existe conflito?
ELE
Por entender esse amor,amo você.
ELA
Ainda insatisfeitos...Analista?
ELE
Vou terminar com o fim.
ELA
O fim?
Ele
Todos os moradores do mundo
Na confiança, a beleza da fé.
Na humildade, sua grandeza,
o nascer do amor no coração do entendimento.
A esperança alumia o caminho a seguir.
Deus trabalhando à vida no poder invisível que,
age nas oportunidades e nas escolhas...
Confia no Senhor
"Não sejas sábio a teus próprios olhos.
Tema ao Senhor e aparta-te do mal."
Walder
Na humildade, sua grandeza,
o nascer do amor no coração do entendimento.
A esperança alumia o caminho a seguir.
Deus trabalhando à vida no poder invisível que,
age nas oportunidades e nas escolhas...
Confia no Senhor
"Não sejas sábio a teus próprios olhos.
Tema ao Senhor e aparta-te do mal."
Walder
quinta-feira, 18 de março de 2010
O Despertar da Primavera
Escrita pelo alemão Frank Wedekind, no século 19, a peça trata dos questionamentos de um grupo de jovens e aborda temas como abuso sexual, suicídio e homossexualismo. (Musical)
Duração: 120 minutos
Classificação: 14 anos
Sérgio Cardoso Sala Sérgio Cardoso
R. Rui Barbosa, 153 - Bela Vista - Centro. Telefone: 3288-0136.
Ingresso: R$ 50 (qui.) e R$ 60 (sex. a dom.).
Quando Mais informação
sexta: 21h30.
quinta e sábado: 21h.
domingo: 18h.
Não tem área para fumantes. Não aceita cheques. Não aceita reservas. Tem ar condicionado. Vende ingresso pelo telefone. Tem acesso para deficiente. Tem local para comer. 856 lugares.
Escrita pelo alemão Frank Wedekind, no século 19, a peça trata dos questionamentos de um grupo de jovens e aborda temas como abuso sexual, suicídio e homossexualismo. (Musical)
Duração: 120 minutos
Classificação: 14 anos
Sérgio Cardoso Sala Sérgio Cardoso
R. Rui Barbosa, 153 - Bela Vista - Centro. Telefone: 3288-0136.
Ingresso: R$ 50 (qui.) e R$ 60 (sex. a dom.).
Quando Mais informação
sexta: 21h30.
quinta e sábado: 21h.
domingo: 18h.
Não tem área para fumantes. Não aceita cheques. Não aceita reservas. Tem ar condicionado. Vende ingresso pelo telefone. Tem acesso para deficiente. Tem local para comer. 856 lugares.
"O Despertar da Primavera" reúne sexo, drogas e rock and roll
14/03/2010 - 14h15
MILENA EMILIÃO
do Guia da Folha
O musical "O Despertar da Primavera" está no teatro Sérgio Cardoso (região central de São Paulo), desde sexta-feira (12), após temporada de sucesso no Rio, onde atraiu 40 mil espectadores, principalmente adolescentes, e recebeu cinco indicações ao prêmio Shell.
A montagem é mais uma da dupla Charles Möeller e Claudio Botelho (de "7 - O Musical" e "Avenida Q"). Escrita pelo alemão Frank Wedekind, no século 19, a peça trata dos questionamentos de um grupo de jovens e aborda temas como abuso sexual, suicídio e homossexualismo.
O elenco, formado por 19 atores com idades entre 16 e 25 anos, se expressa por meio de músicas modernas e transgressoras. Möeller confessa que o espetáculo é um sonho realizado. "Quando jovem, ia aos musicais e desejava trazer esse público para o teatro também", diz. "Hoje, vejo que 'Despertar' virou o hino dos adolescentes."
A saga de "Despertar"
Antes mesmo de chegar aos palcos, em 1891, "O Despertar da Primavera" --"Frühlings Erwachen", no original em alemão, escrito por Frank Wedekind-- foi proibido, acusado de incitar os jovens ao suicídio. A primeira montagem, com cortes, ocorreu em Berlim, em 1906. Em 1974, o texto estreou em Londres; sua versão musical surgiu na Broadway, em 2006.
Cariocas lotaram teatro
Nos seis meses em cartaz no Rio, "O Despertar da Primavera" conquistou fãs fiéis. Na sessão que o Guia acompanhou, em janeiro, jovens contavam as vezes que tinham ido ao musical (alguns assistiram a mais de dez performances). Durante o intervalo, os audaciosos sentavam-se no chão, mais perto dos atores, para entoar aos brados a última canção. A atriz Malu Rodrigues, 16, afirma que há identificação por causa da idade do elenco. "Somos tão novos quanto o público. É quase como se não estivesse interpretando, falamos de questões atuais ainda hoje."
Sem papas na língua
As músicas do espetáculo são a "expressão do pensamento dos personagens", segundo o diretor Charles Möeller. É por meio delas que os temas polêmicos são tratados. Confira exemplos:
>> Relações sexuais: "Venha me tocar onde eu gosto, eu te peço e eu quero mais e de novo e outra vez" ("Venha").
>> Incesto: "Na hora que eu vou dormir, minha mãe sorri. Será que ela não sabe? (...) Então você chega e boa noite, amor, e me abraça e me sussurra sob o cobertor: 'Somos só nós dois, nós e um segredo'" ("Um Escuro Sem Fim").
>> Opressão: "O que faz você arrepiar é que essa merda ainda vai cheirar. E você pergunta 'hey, que é que eu fiz?'. Você é um cão que os caras gostam de chutar" ("Se Fodeu!").
http://guia.uol.com.br/teatro/ult10053u705925.shtml
MILENA EMILIÃO
do Guia da Folha
O musical "O Despertar da Primavera" está no teatro Sérgio Cardoso (região central de São Paulo), desde sexta-feira (12), após temporada de sucesso no Rio, onde atraiu 40 mil espectadores, principalmente adolescentes, e recebeu cinco indicações ao prêmio Shell.
A montagem é mais uma da dupla Charles Möeller e Claudio Botelho (de "7 - O Musical" e "Avenida Q"). Escrita pelo alemão Frank Wedekind, no século 19, a peça trata dos questionamentos de um grupo de jovens e aborda temas como abuso sexual, suicídio e homossexualismo.
O elenco, formado por 19 atores com idades entre 16 e 25 anos, se expressa por meio de músicas modernas e transgressoras. Möeller confessa que o espetáculo é um sonho realizado. "Quando jovem, ia aos musicais e desejava trazer esse público para o teatro também", diz. "Hoje, vejo que 'Despertar' virou o hino dos adolescentes."
A saga de "Despertar"
Antes mesmo de chegar aos palcos, em 1891, "O Despertar da Primavera" --"Frühlings Erwachen", no original em alemão, escrito por Frank Wedekind-- foi proibido, acusado de incitar os jovens ao suicídio. A primeira montagem, com cortes, ocorreu em Berlim, em 1906. Em 1974, o texto estreou em Londres; sua versão musical surgiu na Broadway, em 2006.
Cariocas lotaram teatro
Nos seis meses em cartaz no Rio, "O Despertar da Primavera" conquistou fãs fiéis. Na sessão que o Guia acompanhou, em janeiro, jovens contavam as vezes que tinham ido ao musical (alguns assistiram a mais de dez performances). Durante o intervalo, os audaciosos sentavam-se no chão, mais perto dos atores, para entoar aos brados a última canção. A atriz Malu Rodrigues, 16, afirma que há identificação por causa da idade do elenco. "Somos tão novos quanto o público. É quase como se não estivesse interpretando, falamos de questões atuais ainda hoje."
Sem papas na língua
As músicas do espetáculo são a "expressão do pensamento dos personagens", segundo o diretor Charles Möeller. É por meio delas que os temas polêmicos são tratados. Confira exemplos:
>> Relações sexuais: "Venha me tocar onde eu gosto, eu te peço e eu quero mais e de novo e outra vez" ("Venha").
>> Incesto: "Na hora que eu vou dormir, minha mãe sorri. Será que ela não sabe? (...) Então você chega e boa noite, amor, e me abraça e me sussurra sob o cobertor: 'Somos só nós dois, nós e um segredo'" ("Um Escuro Sem Fim").
>> Opressão: "O que faz você arrepiar é que essa merda ainda vai cheirar. E você pergunta 'hey, que é que eu fiz?'. Você é um cão que os caras gostam de chutar" ("Se Fodeu!").
http://guia.uol.com.br/teatro/ult10053u705925.shtml
domingo, 14 de março de 2010
DEPOIS DO SOL - CECÍLIA MEIRELES
Fez-se noite com tal mistério,
Tão sem rumor, tão devagar,
Que o crepúsculo é como um luar
Iluminando um cemitério . . .
Tudo imóvel . . . Serenidades . . .
Que tristeza, nos sonhos meus!
E quanto choro e quanto adeus
Neste mar de infelicidades!
Oh! Paisagens minhas de antanho . . .
Velhas, velhas . . . Nem vivem mais . . .
— As nuvens passam desiguais,
Com sonolência de rebanho . . .
Seres e coisas vão-se embora . . .
E, na auréola triste do luar,
Anda a lua, tão devagar,
Que parece Nossa Senhora
Pelos silêncios a sonhar . . .
Tão sem rumor, tão devagar,
Que o crepúsculo é como um luar
Iluminando um cemitério . . .
Tudo imóvel . . . Serenidades . . .
Que tristeza, nos sonhos meus!
E quanto choro e quanto adeus
Neste mar de infelicidades!
Oh! Paisagens minhas de antanho . . .
Velhas, velhas . . . Nem vivem mais . . .
— As nuvens passam desiguais,
Com sonolência de rebanho . . .
Seres e coisas vão-se embora . . .
E, na auréola triste do luar,
Anda a lua, tão devagar,
Que parece Nossa Senhora
Pelos silêncios a sonhar . . .
sábado, 13 de março de 2010
POEMETO - Antonio Brasileiro
Não há o que temer
nem aplaudir.
O que somos é só
este fremir.
Parte de mim é bela.
Parte é aquela
vontade de fugir.
nem aplaudir.
O que somos é só
este fremir.
Parte de mim é bela.
Parte é aquela
vontade de fugir.
quinta-feira, 4 de março de 2010
Reaprendendo a viver Reabilitação melhora recuperação após AVC; saiba quais são as modalidades mais comuns e o que há de novo na área
FLÁVIA MANTOVANI
EDITORA-ASSISTENTE DO EQUILÍBRIO
O AVC (acidente vascular cerebral) é a doença que mais mata no Brasil -responde por 10% dos óbitos, matando aproximadamente 90 mil brasileiros por ano (estima-se que 450 mil sejam afetados). Mas, mesmo entre os sobreviventes, costuma haver pouco a comemorar: a doença é, também, a principal causa de incapacidade no mundo.
Se cerca de 20% dos pacientes que sofrem o problema (chamado popularmente de derrame) morrem, sobra um enorme contingente de pessoas que, em muitos casos, ficam com sequelas -segundo dados internacionais, é o que acontece com 70% dos pacientes inadequadamente tratados, que acabam não retornando ao trabalho, afirma a neurologista Sheila Martins, presidente da Rede Brasil AVC. Metade deles fica dependente de outras pessoas para as atividades diárias.
São dezenas de milhares de brasileiros que precisam lidar, do dia para a noite, com dificuldades para realizar tarefas tão básicas quanto andar, mexer o braço, falar, comer, escrever.
Felizmente, há diversas modalidades de reabilitação que tornam a recuperação mais fácil. As opções vão de fisioterapia na água a terapia com música e teatro e botox. "Nos últimos dez, 15 anos, a reabilitação evoluiu muito. É indiscutível que, com esse auxílio, todos os pacientes conseguem algum grau de recuperação", afirma Mirto Prandini, chefe da neurocirurgia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Segundo a fisiatra Cristiane Isabela de Almeida, gerente médica de reabilitação do hospital Albert Einstein, há muitas novas ferramentas que ajudam esses pacientes. Uma delas é a neuropsicologia. Ainda difícil de ser encontrada, a modalidade ajuda na recuperação principalmente de sequelas como deficit de atenção, de memória, na resolução de problemas e na realização de funções executivas (manejar várias informações ao mesmo tempo). Almeida diz que os neuropsicólogos oferecem, simplificadamente, uma espécie de treinamento cerebral. "É como fazer exercícios com o cérebro", resume.
Outro recurso novo, ainda em fase de pesquisa, é a estimulação magnética transcraniana, que usa um campo magnético para estimular neurônios. "Se um braço está fraco, tentamos estimular uma área do cérebro que facilite sua recuperação", exemplifica Adriana Conforto, neurologista do Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo).
Ela diz, porém, que, apesar de estudos com pessoas parcialmente paralisadas terem mostrado benefícios, eles são pequenos e não são suficientes ainda para que a técnica se torne um procedimento clínico.
A robótica também já está sendo usada a favor desses pacientes no exterior. Almeida, do Einstein, visitou recentemente, no MIT (Massachusetts Institute of Technology), nos EUA, um centro que usa essa tecnologia para a reabilitação. "São máquinas que auxiliam em todos os movimentos. Estamos tentando trazer para o Brasil", diz. Também têm sido feitas experiências com ferramentas que usam a realidade virtual. "Temos que lembrar que a tecnologia ajuda, mas o trabalho tradicional também tem ótimos resultados", diz.
Opte-se pelos métodos tradicionais ou inovadores, os especialistas são unânimes em dizer que, quanto antes procurar a reabilitação, melhor. "A velocidade de recuperação de um AVC é maior nos primeiros meses", diz Eli Faria Evaristo, professor de neurologia na USP. Além disso, quanto mais o tempo passa, mais o paciente reforça padrões errados de movimento e fica mais difícil se livrar deles depois.
O tipo de sequela decorrente do AVC depende da área cerebral afetada. Uma das mais comuns é a hemiplegia (paralisia de um lado do corpo), assim como dificuldades na linguagem.
Há pacientes ainda que ficam com sequelas visuais, comportamentais, de equilíbrio ou de memória, entre outras.
O grau das sequelas depende da gravidade do AVC, e esta, por sua vez, é influenciada pelo tempo que demora para o paciente ser socorrido -até três horas é o ideal.
O tempo e o grau de recuperação desses problemas dependem do tipo de sequela e de características individuais.
Jovens e crianças
Quanto mais velho é o paciente, mais chance de ter um AVC, mas estudos têm mostrado um aumento no número de pessoas mais jovens afetadas, por estarem mais expostas a fatores de risco como obesidade, hipertensão e tabagismo.
Uma pesquisa divulgada no último mês na conferência da American Stroke Association, por exemplo, mostrou que, de 1993 até 2005, a idade média dos pacientes caiu cerca de três anos. A porcentagem de pessoas com idade entre 20 e 45 anos que tem derrame subiu, no período, de 4,5% para 7,3%.
O que muita gente não sabe é que, apesar de ser raro, mesmo crianças podem ser atingidas. Dados da Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo mostram que, em 2009, foram 177 casos de crianças de até 14 anos.
Segundo Paulo Breinis, neuropediatra do Hospital Infantil Darcy Vargas e do hospital São Luiz, em geral esses pacientes são portadores de cardiopatias congênitas, doenças renais e outros problemas de saúde -mas, em 30% dos casos, a causa não é descoberta.
Ele observa que é difícil identificar os sintomas em crianças muito pequenas. "Elas não falam, não andam, fica mais difícil perceber problemas nessas funções. Só um exame neurológico vai tirar a dúvida", afirma.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/equilibrio/eq0403201007.htm
EDITORA-ASSISTENTE DO EQUILÍBRIO
O AVC (acidente vascular cerebral) é a doença que mais mata no Brasil -responde por 10% dos óbitos, matando aproximadamente 90 mil brasileiros por ano (estima-se que 450 mil sejam afetados). Mas, mesmo entre os sobreviventes, costuma haver pouco a comemorar: a doença é, também, a principal causa de incapacidade no mundo.
Se cerca de 20% dos pacientes que sofrem o problema (chamado popularmente de derrame) morrem, sobra um enorme contingente de pessoas que, em muitos casos, ficam com sequelas -segundo dados internacionais, é o que acontece com 70% dos pacientes inadequadamente tratados, que acabam não retornando ao trabalho, afirma a neurologista Sheila Martins, presidente da Rede Brasil AVC. Metade deles fica dependente de outras pessoas para as atividades diárias.
São dezenas de milhares de brasileiros que precisam lidar, do dia para a noite, com dificuldades para realizar tarefas tão básicas quanto andar, mexer o braço, falar, comer, escrever.
Felizmente, há diversas modalidades de reabilitação que tornam a recuperação mais fácil. As opções vão de fisioterapia na água a terapia com música e teatro e botox. "Nos últimos dez, 15 anos, a reabilitação evoluiu muito. É indiscutível que, com esse auxílio, todos os pacientes conseguem algum grau de recuperação", afirma Mirto Prandini, chefe da neurocirurgia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Segundo a fisiatra Cristiane Isabela de Almeida, gerente médica de reabilitação do hospital Albert Einstein, há muitas novas ferramentas que ajudam esses pacientes. Uma delas é a neuropsicologia. Ainda difícil de ser encontrada, a modalidade ajuda na recuperação principalmente de sequelas como deficit de atenção, de memória, na resolução de problemas e na realização de funções executivas (manejar várias informações ao mesmo tempo). Almeida diz que os neuropsicólogos oferecem, simplificadamente, uma espécie de treinamento cerebral. "É como fazer exercícios com o cérebro", resume.
Outro recurso novo, ainda em fase de pesquisa, é a estimulação magnética transcraniana, que usa um campo magnético para estimular neurônios. "Se um braço está fraco, tentamos estimular uma área do cérebro que facilite sua recuperação", exemplifica Adriana Conforto, neurologista do Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo).
Ela diz, porém, que, apesar de estudos com pessoas parcialmente paralisadas terem mostrado benefícios, eles são pequenos e não são suficientes ainda para que a técnica se torne um procedimento clínico.
A robótica também já está sendo usada a favor desses pacientes no exterior. Almeida, do Einstein, visitou recentemente, no MIT (Massachusetts Institute of Technology), nos EUA, um centro que usa essa tecnologia para a reabilitação. "São máquinas que auxiliam em todos os movimentos. Estamos tentando trazer para o Brasil", diz. Também têm sido feitas experiências com ferramentas que usam a realidade virtual. "Temos que lembrar que a tecnologia ajuda, mas o trabalho tradicional também tem ótimos resultados", diz.
Opte-se pelos métodos tradicionais ou inovadores, os especialistas são unânimes em dizer que, quanto antes procurar a reabilitação, melhor. "A velocidade de recuperação de um AVC é maior nos primeiros meses", diz Eli Faria Evaristo, professor de neurologia na USP. Além disso, quanto mais o tempo passa, mais o paciente reforça padrões errados de movimento e fica mais difícil se livrar deles depois.
O tipo de sequela decorrente do AVC depende da área cerebral afetada. Uma das mais comuns é a hemiplegia (paralisia de um lado do corpo), assim como dificuldades na linguagem.
Há pacientes ainda que ficam com sequelas visuais, comportamentais, de equilíbrio ou de memória, entre outras.
O grau das sequelas depende da gravidade do AVC, e esta, por sua vez, é influenciada pelo tempo que demora para o paciente ser socorrido -até três horas é o ideal.
O tempo e o grau de recuperação desses problemas dependem do tipo de sequela e de características individuais.
Jovens e crianças
Quanto mais velho é o paciente, mais chance de ter um AVC, mas estudos têm mostrado um aumento no número de pessoas mais jovens afetadas, por estarem mais expostas a fatores de risco como obesidade, hipertensão e tabagismo.
Uma pesquisa divulgada no último mês na conferência da American Stroke Association, por exemplo, mostrou que, de 1993 até 2005, a idade média dos pacientes caiu cerca de três anos. A porcentagem de pessoas com idade entre 20 e 45 anos que tem derrame subiu, no período, de 4,5% para 7,3%.
O que muita gente não sabe é que, apesar de ser raro, mesmo crianças podem ser atingidas. Dados da Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo mostram que, em 2009, foram 177 casos de crianças de até 14 anos.
Segundo Paulo Breinis, neuropediatra do Hospital Infantil Darcy Vargas e do hospital São Luiz, em geral esses pacientes são portadores de cardiopatias congênitas, doenças renais e outros problemas de saúde -mas, em 30% dos casos, a causa não é descoberta.
Ele observa que é difícil identificar os sintomas em crianças muito pequenas. "Elas não falam, não andam, fica mais difícil perceber problemas nessas funções. Só um exame neurológico vai tirar a dúvida", afirma.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/equilibrio/eq0403201007.htm
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